Oração das Mil Misericórdias


Oração das Mil Misericórdias

ATO DE CONTRIÇÃO

Ó meu Jesus, crucificado por minha culpa, estou muito arrependido de ter feito pecado, pois ofendi a Vós, que sois tão bom, e mereci ser castigado neste mundo e no outro, mas perdoai-me Senhor, não quero mais pecar. Amém!

INVOCAÇÃO AO ESPÍRITO SANTO:

Vinde, Espírito Santo, Vinde por meio da poderosa intercessão do Imaculado Coração de Maria, Vossa Amadíssima Esposa. (3X).

OFERECIMENTO:

Queremos rezar as mil misericórdias para a conversão do mundo, diante do que virá em breve. Jesus pede que intensifiquemos o terço da misericórdia para que a humanidade tenha maiores chances de salvação.
Existirá dor maior do que a que Jesus sentiu?

INICIANDO A RECITAÇÃO DAS MIL MISERICÓRDIAS:

Creio - Pai Nosso - Ave-Maria

 1ª DOR

O Cordeiro Pascal foi amarrado pelo meio do corpo numa tábua, o que recordou Jesus preso à coluna da flagelação. O filho de Simeão, este era Levita, segurou a cabeça do cordeiro para cima; Jesus cravou-lhe a faca no pescoço, entregando-a depois ao filho de Simeão, que continuou a preparação do cordeiro. Jesus parecia sentir dor e repugnância em feri-lo. Fê-lo rapidamente, mas com muita gravidade.

No lugar do Pai Nosso:

Eterno Pai, eu Vos ofereço o Corpo e o Sangue, a Alma e a Divindade, de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação dos nossos pecados e os do mundo inteiro.

No lugar das Ave-Marias: (50x)

V. Pela sua dolorosa Paixão
R. Tende misericórdia de nós e do mundo inteiro.

No lugar do Glória:

Ó Sangue e Água, que jorrastes do Coração de Jesus como fonte de Misericórdia para nós, eu confio em Vós.

2ª DOR

A princípio Jesus conversou muito amavelmente com os Apóstolos, enquanto ceavam, mas depois se tornou mais sério e triste... e disse: “O Filho do Homem vai certamente para a morte, como está escrito a respeito dele, mas ai do homem por quem será traído! Melhor fora nunca haver nascido.

Eterno Pai...

3ª DOR

Nada, em toda a Paixão, afligiu tão profundamente o Senhor como a traição de Judas. Quando Jesus, depois da Instituição do SS. Sacramento, saiu do Cenáculo com os onze Apóstolos, já tinha a alma oprimida de aflição e crescente tristeza.

Eterno Pai...

4ª DOR

Eram quase 9 horas da noite, quando Jesus chegou, com os discípulos, no Getsêmani. Jesus estava muito triste e anunciou-lhes a aproximação do perigo.  Ele estava numa indizível tristeza; pressentia a tribulação e a tentação, que se aproximavam. João perguntou-lhe como podia agora estar tão abatido, quando sempre os tinha consolado. Então Jesus disse: “Minha alma está triste até a morte!”

Eterno Pai...

5ª DOR

Eram cerca de 10 horas e meia da noite, quando se levantou e se arrastou para junto dos três Apóstolos, cambaleando, caindo a cada passo, banhado num suor frio. Jesus aproximou-se deles, como um homem angustiado a quem o terror impele para junto dos amigos e como um bom pastor que, transtornado profundamente, vai para junto do rebanho, que sabe, ameaçado de um perigo próximo, pois não ignorava que também eles se achavam em angústia e tentação. Encontrando os Apóstolos a dormir, torceu as mãos e caiu por terra ao lado deles, cheio de tristeza e fraqueza, dizendo: “Então não pudestes velar uma hora comigo?”

Eterno Pai...

6ª DOR

Voltando à gruta, com toda a tristeza que o acabrunhava, Jesus prostrou-se por terra, com os braços estendidos e rezou ao Pai Celeste. Mas passou-lhe na alma nova luta que durou três quartos de hora (45min). Anjos vieram apresentar-lhe grande número de visões, todo o que devia aceitar de sofrimentos, para espiar o pecado. Não há língua que possa descrever o horror e a dor que invadiram a alma de Jesus ao ver esta terrível expiação, pois não viu somente a significação de todos os instrumentos do martírio, de modo que O horrorizou, não só a dor causada pelos instrumentos, mas também o furor pecaminoso daqueles que os inventaram, a malícia dos que os usavam e a impaciência daqueles que com eles tinham sido atormentados, pois pesavam sobre Ele todos os pecados do mundo. O horror desta visão foi tal, que lhe saiu do corpo um suor de sangue.

Eterno Pai...

7ª DOR

Quando o Redentor, no monte das Oliveiras, se entregou, como homem verdadeiro e real, ao horror humano, à dor e à morte, quando se incumbiu de vencer esta repugnância de sofrer, que faz parte de todo o sofrimento, foi permitido ao tentador que lhe fizesse tudo o que costuma fazer a todo homem que quer sacrificar-se por uma causa santa... Apresentaram-se diante de Sua alma todos os futuros sofrimentos dos Apóstolos, discípulos e amigos, a Igreja primitiva, tão pouco numerosa, depois também as heresias e cismas, que nasceram à medida que a Igreja crescia, repetindo a primeira queda do homem pelo orgulho e desobediência, pelas diversas formas de vaidade e falsa justiça. Viu a tibieza, a corrupção e malícia de um número infinito de cristãos, as mentiras e a esperteza enganadora dos mestres orgulhosos, os crimes sacrílegos de todos os sacerdotes viciosos e todas as horríveis consequências: A abominação e desolação do reino de Deus sobre a terra, neste santuário da humanidade ingrata, o qual estava para fundar e remir com indizíveis sofrimentos, pelo preço de seu sangue e sua vida.

Eterno Pai...

8ª DOR

Jesus estava em pé diante de Anás, calado, de cabeça baixa, pálido, cansado, com as vestes molhadas e enlameadas, as mãos amarradas, seguro com cordas pelos soldados. Anás, velho malvado, magro, com pouca barba, cheio de impertinência e de orgulho farisaico, sorria hipocritamente, como se não soubesse de nada e se admirasse de ser Jesus o preso que lhe haviam anunciado. O discurso enfadonho com que recebeu Jesus,era mais ou menos assim:

“Olá! Jesus de Nazaré! És tu? Onde estão então os teus discípulos, os teus numerosos adeptos? Onde está o teu reino? Parece que tudo saiu muito diferente do que pensavas! Acabaram agora as injúrias; esperávamos pacientemente até que estivesse cheia a medida de tuas blasfêmias, dos teus insultos aos sacerdotes e violações do sábado. Quem são os teus discípulos? Onde estão? Agora te calas? Fala, agitador e sedutor do povo! Já comeste o cordeiro pascal de modo insólito, à hora e em lugar fora do costume. Queres introduzir uma nova doutrina? Quem te deu o direito de ensinar? Onde estudaste? Qual é a tua doutrina, que excita a todos? Responde, fala! Qual é a tua doutrina?

Eterno Pai...

9ª DOR

Como Pedro quisesse sair com um pretexto, impediu-o um irmão de Malco, dizendo: “O quê? Não te vi com eles no horto das Oliveiras? Não feriste a orelha de meu irmão?” Tornou-se Pedro então como insensato, pelo pavor que o dominou e, livrando-se deles, começou a praguejar (tinha um gênio violento) e jurar que absolutamente não conhecia esse homem e correu do átrio para o pátio interior. Foi a hora em que o galo cantou de novo; os soldados conduziram Jesus, nesse mesmo momento, da sala circular, pelo pátio, para o cárcere que ficava sob a sala. Virou-se, porém, o Senhor e olhou para Pedro com grande dor e tristeza; lembrou-se Pedro então da palavra de Jesus: “Antes do galo cantar duas vezes, negar-me-ás três vezes”, e essa lembrança pesou-lhe com terrível violência sobre o coração.

Eterno Pai...

10ª DOR

Pilatos, juiz covarde e indeciso, pronunciara várias vezes a palavra: “Não acho nele crime algum, por isso vou mandá-lo açoitar e depois soltar.” A gritaria dos judeus, porém, continuava; “Crucifica-o! Crucifica-o!”  Contudo queria Pilatos tentar ainda fazer a sua vontade e deu ordem de açoitar Jesus à maneira dos romanos. É impossível descrever a brutalidade bárbara com que esses cães danados maltrataram a Jesus, nesse curto caminho; tiraram-lhe o manto derrisório de Herodes e quase jogaram nosso Salvador por terra. Jesus trepidava e tremia diante da coluna. ... Os primeiros açoites ou as varas que usaram, pareciam ser de madeira branca e dura, talvez fossem feixes de tendões secos de boi ou tiras duras de couro branco. Nosso Senhor e Salvador, o Filho de Deus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, contraia-se e torcia-se, como um verme, sob os açoites dos criminosos; ouviam-se os seus gemidos e lamentos, doces e claros, como um prece afetuosa no meio das dores dilacerantes, entre o sibilar e estalar dos açoites dos carrascos. ... Os violentos golpes rasgaram todas as pisaduras do santo corpo de Jesus; o sangue regou o chão, em redor da coluna, e salpicou os braços dos carrascos. Jesus gemia, rezava, torcia-se de dor.

Eterno Pai...

11ª DOR

Jesus, ainda vestido de rubro manto derrisório, com a coroa de espinhos na cabeça, as mãos atadas, foi então conduzido pelos esbirros e soldados que o cercavam, entre as vaias do povo, para o tribunal, onde o colocaram entre dois ladrões. Pilatos, sentado no tribunal, disse mais uma vez, em voz alta, aos inimigos de Jesus: “Eis aí o vosso rei!” Eles, porém, gritaram: “Fora! Morra! Crucifica-o!” Pilatos disse: “Devo então crucificar o vos rei?” Mas os príncipes dos sacerdotes gritaram: “Não temos outro rei senão César.” Então Pilatos não disse mais palavra em favor de Jesus, nem mais lhe falou, mas começou a pronunciar a sentença. Pilatos começou por um longo preâmbulo, em que se referiu com os mais pomposos títulos ao imperador Cláudio Tibério. Depois expôs a acusação contra Jesus, que fora condenado à morte pelos Sumos Sacerdotes e cuja crucificação tinha sido unanimemente exigida pelo povo, por ser rebelde, perturbador da paz pública, violador da lei judaica, por se fazer chamar Filho de Deus e rei dos judeus. ... Ele disse ainda: “Por isso condeno Jesus Nazareno, rei dos judeus, a ser pregado na cruz” Depois deu ordem aos carrascos que fossem buscar a cruz.

Eterno Pai...

12ª DOR

Jesus, imagem viva da dor, foi estendido pelos carrascos sobre a cruz. Ele próprio se sentou sobre ela, e eles brutalmente o deitaram de costas. Colocaram a sua mão direita sobre o orifício do prego, no braço direito da cruz e aí amarraram o seu braço. Um deles se ajoelhou sobre o santo peito, enquanto outro segurava a sua mão, que estava se contraindo, e o terceiro colocou o cravo grosso e comprido, com a ponta limada, sobre essa mão cheia de bênção e cravou-o nela, com violentas pancadas de um martelo de ferro. Doces, e claros gemidos ouviram-se da boca do Senhor; o sangue sagrado salpicou os braços dos carrascos; rasgaram os tendões da sua mão, os quais foram arrastados, com o prego triangular, para dentro do estreito orifício. A Santíssima Virgem gemia baixinho e parecia estar sem sentidos exteriormente; Madalena estava desnorteada. ... Os cravos, cujo aspecto fizera tremer Jesus, eram de tal tamanho que, seguros pelo punho, excediam em baixo e em cima cerca de uma polegada. ... Tinham três gumes.

Eterno Pai...

13ª DOR

Depois de terem pregado a mão direita de Nosso Senhor, viram os crucificadores que a mão esquerda, que tinham também amarrado ao braço da cruz, não chegava até o orifício do cravo, que tinham perfurado a duas polegadas distantes das pontas dos dedos. Por isso ataram uma corda ao braço esquerdo do Salvador e, apoiando os pés sobre a cruz, puxaram a toda força, até que a mão chegou ao orifício do cravo. Jesus dava gemidos tocantes, pois deslocaram inteiramente os seus braços das articulações; os ombros, violentamente distendidos, formavam grandes cavidades axilares, nos cotovelos se viam as junturas dos ossos. O seu peito se levantou, e as pernas encolheram-se sobre o corpo. Os carrascos ajoelharam-se sobre os braços e o peito, amarraram fortemente os seus braços e cravaram, então, cruelmente o segundo prego na mão esquerda; jorrou alto o sangue e ouviram-se os agudos gemidos de Jesus, por entre as pancadas do pesado martelo. Os braços do Senhor estavam tão distendidos, que formavam uma linha reta e não cobriam mais os braços da cruz, que subiam em linha oblíqua; ficava um espaço livre entre esse e as axilas do Divino Mártir.

Eterno Pai...

14ª DOR

Havia na cruz, em baixo, talvez a um terço da respectiva altura, uma peça de madeira, ..., destinada a suportar os pés de Jesus, afim de que ficasse mais em pé do que suspenso, de outro modo as mãos teriam sido rasgadas pelo peso do corpo e os pés poderiam ser pregados sem quebrá-los. Nessa peça de madeira tinham perfurado o orifício para o cravo. ,,, Todo o corpo de Nosso Salvador tinha se contraído para o alto da cruz, pela violenta extensão dos braços, e os seus joelhos tinham se dobrado. Os carrascos lançaram-se sobre esses, e, por meio de cordas, amarram-nos ao tronco da cruz; mas pela posição errada dos orifícios dos cravos, os pés ficaram longe da peça de madeira que os devia suportar. Então começaram os carrascos a praguejar e insular. Fizeram troça de Jesus, e disseram: “Ele não quer estender-se, mas nós O ajudaremos.” Atando cordas à perna direita, puxaram-na, com horrível violência, até o pé tocar o suporte e amarraram-na à cruz. Foi uma deslocação tão horrível, que se ouvia estalar o peito de Jesus, que gemia alto: “Ó meu Deus! Meu Deus!” Tinham amarrado também o seu peito e os braços, para os pregos não rasgarem as mãos; o seu ventre se encolheu inteiramente, as costelas pareciam a ponto de destacar-se do esterno. Foi uma tortura horrorosa.

Eterno Pai...

15ª DOR

Amarram depois o pé esquerdo com a mesma brutal violência, colocando-o sobre o pé direito, e como os pés não repousavam com bastante firmeza sobre o suporte, para serem pregados juntos, perfuraram primeiro o peito do pé esquerdo com um prego mais fino e de cabeça mais chata do que os cravos, como se fura com a sovela. Feito isso, tomaram o cravo mais comprido que o das mãos, o mais horrível de todos e, passando-o brutalmente pelo furo feito no pé esquerdo, atravessaram-lhe a marteladas o direito, cujos ossos estalavam, até o cravo entrar no orifício do suporte e, através desse, no tronco da cruz. Olhando de lado a cruz, vi como o prego atravessou os dois pés. Essa tortura era a mais dolorosa de todas, por causa da distensão de todo o corpo. Contei 36 golpes de martelo, no meio dos gemidos claros e penetrantes do pobre Salvador; as vozes em redor, que proferiam insultos e maldições, pareciam-me sombrias e sinistras.

Eterno Pai...

16ª DOR

Depois de terem pregado Nosso Senhor à cruz, ataram cordas na parte superior da mesma, por meio de argolas, lançaram as cordas sobre o cavalete antes erigido no lado oposto e puxaram a cruz pelas cordas, de modo que a parte superior se lhes ergueu; alguns dirigiram-se com paus munidos de ganchos, que fincaram no tronco e fizeram o pé da cruz entrar na cova. Quando o madeiro chegou à posição vertical, entrou na escavação com todo o peso e tocou no fundo com um terrível choque. A cruz tremeu do abalo, e Jesus soltou um grito de dor; pelo peso vertical, desceu o seu corpo, as suas feridas se alargaram, o sangue corria mais abundantemente e os ossos deslocados entrechocaram-se. Os carrascos ainda sacudiram a cruz, para a pôr mais firme e fincaram cinco cunhas na cova, em redor da cruz.

Eterno Pai...

17ª DOR

Quando Jesus ainda pendia, desmaiado, disse Gesmas, o ladrão à esquerda: “O demônio o abandonou.” Um soldado fincou então uma esponja embebida em vinagre sobre a ponta de uma vara e chegou-a aos lábios de Jesus, que pareceu chupar um pouco. As zombarias continuavam. O soldado disse: “Se és o Rei dos judeus, salva-te.” Jesus levantou a cabeça e disse: “Meu Pai, perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem.” , depois continuou a rezar em silêncio. Dimas, o ladrão da direita, ficou muito comovido, ouvindo Jesus rezar pelos inimigos. Dimas disse a Gesmas: “Também tu não temes a Deus, apesar de sofreres o mesmo suplício que Ele? Quanto a nós, é muito justo, pois recebemos o castigo de nossos crimes; este, porém, não fez mal algum. Pensa nisto, nesta última hora, e converte-te de coração.”  Dimas estava todo comovido e iluminado pela graça; confessou suas faltas a Jesus e disse: “Senhor, se me condenares, será muito justo, mas tende misericórdia de mim.” Respondeu Jesus:“ Experimentarás a minha misericórdia.”  Dimas que estivera mergulhado em profundo arrependimento, levantou com humilde esperança o rosto para o Salvador e disse: “Senhor, fazei-me entrar num lugar onde me possais me salvar; lembrai-vos de mim, quando estiverdes no vosso reino.” Jesus lhe respondeu: “Em verdade de digo: hoje estarás comigo no Paraíso.”

Eterno Pai...

 18ª DOR

Jesus consumia-se de sede e disse com a língua seca: “Tenho sede.” E como os amigos o olhassem com tristeza, disse-lhes:“Não me podíeis dar um gole de água?” Queria dizer que durante a escuridão ninguém os teria impedido. João, muito incomodado, respondeu: “Senhor, esquecemo-lo mesmo.” Jesus disse ainda algumas palavras, cujo sentido era:“Também os amigos mais íntimos deviam esquecer-se e não me dar a beber, para que se cumprisse a Escritura.” Mas esse esquecimento lhe doeu amargamente.

Eterno Pai...

 19ª DOR

Tendo chegado a hora da agonia, Nosso Senhor lutou com a morte e um suor frio cobriu os seus membros.. João estava sob a cruz e enxugou os seus pés com o sudário. Madalena, esmagada pela dor, encostava-se à cruz no lado de trás. A Santíssima Virgem estava entre a cruz do bom ladrão e a de Jesus, amparada pelos braços de Maria de Cléofas e Salomé, olhando para o Filho, que lutava com a morte. Então disse Jesus: “Tudo está consumado!” e, levantando a cabeça, exclamou em alta voz: “Meu Pai, em vossas mãos entrego o meu espírito.” Foi um grito doce e forte, que penetrou o Céu e a terra; depois inclinou a cabeça e expirou. Vi a alma de Jesus, forma luminosa, entrar na terra, ao pé da cruz e descer ao Limbo. João e as santas mulheres prostraram-se com a face na terra.

Eterno Pai...

20ª DOR

Quando Jesus, cheio de amor, Senhor de toda vida, pagou pelos pecadores a dolorosa dívida da morte; quando entregou, como homem, a alma a Deus, seu Pai, e abandonou o corpo, tomou esse santo vaso esmagado a fria e pálida cor da morte; o corpo tremeu-lhe convulsivamente nas últimas dores e tornou-se lívido e os vestígios do sangue derramado das chagas ficaram mais escuros e distintos. O rosto alongou-se, as faces encolheram-se, o nariz ficou mais delgado e pontiagudo, o queixo caiu, os olhos, cheios de sangue e fechados, abriram-se, meio envidraçados.. O Senhor levantou, pela última vez e por poucos minutos, a cabeça, coroada de espinhos, e deixou-a depois cair sobre o peito, sob o peso dos sofrimentos. Os lábios lívidos e contraídos entreabriram-se, deixando ver a língua ensanguentada. As mãos, antes fechadas sobre a cabeça dos cravos, abriram-se; estenderam-se os braços, as costas entesaram-se ao longo da cruz e todo o peso do santo corpo desceu sobre os pés. Os joelhos curvaram-se, tornando para um lado e os pés viraram-se um pouco em redor do prego, que os trespassara. ...

Era pouco depois das três horas, quando Jesus expirou.

Eterno Pai...

AO FINAL: (3x)

T - Deus Santo, Deus Forte, Deus Imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro.

Canto - /: Vitória, Tu reinarás, Ó Cruz, Tu nos salvarás :/

  1. Brilhando sobre o mundo/ que vive sem tua luz/ Tu és um sol fecundo/ de amor e de paz, ó Cruz.
  2. Aumenta a confiança/ do pobre e do pecador,/ confirma nossa esperança/ na marcha para o Senhor.
  3. À sombra dos teus braços/ a Igreja viverá,/ Por ti no eterno abraço/ o Pai nos acolherá.

ORAÇÃO À DIVINA MISERICÓRDIA:

Ó Deus de grande misericórdia, bondade infinita, eis que hoje a humanidade toda clama do abismo da sua miséria à Vossa misericórdia, à Vossa compaixão, ó Deus, e clama com a potente voz da sua miséria. Ó Deus clemente, não rejeiteis a oração dos exilados desta Terra. Ó Senhor, bondade inconcebível, que conheceis profundamente a nossa miséria e sabeis que, com nossas próprias forças, não temos condições de nos elevar até Vós, por isso Vos suplicamos: adiantai-Vos ao nosso pedido com a Vossa misericórdia, a fim de que possamos cumprir fielmente a Vossa santa vontade durante toda a nossa vida e na hora da morte. Que o poder da Vossa misericórdia nos defenda dos ataques dos inimigos da nossa salvação, para que aguardemos com confiança, como Vossos filhos, a Vossa vinda última, dia que somente Vós conheceis. E esperamos alcançar tudo o que Jesus nos prometeu, apesar de toda a nossa miséria, porque Jesus é a nossa Confiança; pelo Seu Coração misericordioso, como por uma porta aberta, entramos no Céu. Amém.

Observações:

(1) As citações referentes às 20 dores foram extraídas do livro “Vida Paixão e Glorificação do Cordeiro de Deus”, de Anna Catharina Emmerich. Mir Editora, São Paulo, 1999.

(2) A cada dor de Jesus, apresente a Deus Pai um nome para conversão e salvação, de preferência, um sacerdote, Religioso ou leigo

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