A devoção a Nossa Senhora das Mercês nunca foi tão oportuna como hoje.
Invoquemo-la também nós para participarmos de suas mercês inesgotáveis.
Nosso Senhor Jesus Cristo disse para Madre Mariana, a vidente de Nossa Senhora do Bom Sucesso:
“Faço-te também saber, esposa querida, que é grande o meu amor de predileção à Ordem de minha Mãe que leva o título de Mercês e Misericórdias
QUER VIVER DE FORMA COMPLETA A DEVOÇÃO A NOSSA SENHORA DAS MERCÊS?
->OS SETE SÁBADOS DE NOSSA SENHORA DAS MERCÊS
->COROA DAS DOZE ESTRELAS EM HONRA DE NOSSA SENHORA DAS MERCÊS
->VISITA A NOSSA SENHORA DAS MERCÊS
->DEZ MINUTOS DIANTE DA IMAGEM DE NOSSA SENHORA DAS MERCÊS
->DEVOCIONÁRIO SABATINO EM HONRA DE NOSSA SENHORA DAS MERCÊS
->GUARDA DE HONRA OU CORTE DE MARIA DAS MERCÊS
->ORAÇÕES EM HONRA AOS SANTOS MERCEDÁRIOS
E muitas práticas e orações com FRETE GRÁTIS
ABERTURA OU DIA PREPARATÓRIO DO MÊS
"Eu sou a Mãe do belo amor, do temor, da ciência e da santa esperança. Em mim está a graça do caminho e da verdade, em mim toda a promessa de vida e virtude. Vinde a mim, vós todos que me desejais e saciai-vos com meus frutos. Meu espírito é mais doce que o mel e minha herança mais suave que o favo. Os que me escutam não serão confundidos e os que agem por mim não pecarão. Os que me glorificam, terão a vida eterna. (Eccl. XXIV, 23-31).
A vós terciários e confrades do santo escapulário das Mercês, a vós almas todas piedosas que aspirais à perfeição, a vós também pecadores em cujas almas ainda não se extinguiu a débil chama da fé, a todos vos convida Maria, ao iniciar estes cultos, com as belíssimas palavras que acabais de ouvir.
Que regalo para nossas almas sequiosas de amor e perfeição! Um mês consagrado a louvar a Nossa Mãe bendita e a pedir-lhe sua maternal proteção!
O alegre repicar do sino que nos chama cada dia à igreja, o altar de Maria adornado com seus mais ricos adereços; e em torno do altar a multidão piedosa fazendo ouvir o murmúrio de suas preces ou o eco jubiloso de seus cânticos em louvor da Mãe querida das Mercês. Tudo isto são outros tantos incentivos que nos estimulam a celebrar com mais piedade os cultos deste mês.
Um velho cronista da conquista americana dizia que, assim como em Belém era Maria quem, tomando seu filho nos braços, o apresentava aos que vinham visitá-lo, assim o santo Frei Bartolomeu de Olmedo, primeiro apóstolo do México, colocava num improvisado altar uma pequenita mas mui formosa imagem da Virgem Branca e, apresentando-a aos índios, dizia-lhes quem Ela era e os iniciava na sua devoção, com o que os encantava e muitos, por amor à Virgem Maria, vinham em conhecimento e amor de seu filho Jesus.
Também a nós, durante os exercícios deste mês, estará Maria, carinhosa e meiga, presente neste altar e se soubermos prestar atenção a suas falas interiores, ouvi-la-emos que docemente nos sussurra estas palavras: ó meus filhos, ouvi-me "felizes aqueles que guardam as minhas vias. Escutai as minhas instruções, sede sábios e não as rejeiteis" (Eccli. VIII).
Vinde, pois, almas amantes de nossa bondosa e celestial Mãe, vinde cada dia prostrar-vos ante seu altar. Escutai suas inspirações; recitai com devoção as preces de cada dia. Lê atentamente as considerações e estai prontas a executar o que nelas aprenderdes.
O fruto será grande, visto que a Maria ninguém reza sem receber de sua caridade algum favor. Ela nos acompanhe nestes dias e nos abrase na doce flama do seu amor.
Oração jaculatória (para se repetir muitas vezes durante o dia): Ó Maria, esperança nossa, socorrei-nos.
Promete a Nossa Senhora não faltar nenhum dia aos exercícios do Mês, ainda a custo de qualquer sacrifício. A Santa Igreja assim o quer e recomenda esta devoção enriquecendo-a com indulgência. Tua Mãe celeste te chama e espera com as mãos cheias de graça. O interesse de tua alma o reclama para perseverares no bem. Não faltes, pois, se não for por causa grave.
PRIMEIRO DIA DO MÊS -GRANDEZA DE MARIA
Elevemos hoje nossa consideração para contemplar a sublime dignidade de Maria, nossa Mãe, por que próprio é das almas amantes folgar de ver o objeto amado no mais alto fastígio de sua grandeza e ventura.
A Virgem Maria foi predestinada desde toda a eternidade para Mãe do Verbo Encarnado.
Ela foi concebida sem mancha e cheia de graça desde o primeiro instante da sua vida; isenta de todo pecado, adornada com todas as virtudes.
Mas porque tudo isto? Porque ia ser a Mãe de Jesus Cristo, e, unida a Ele, ser também nossa Corredentora e Mãe. Por isto Deus, a fez grande e tão grande que, no dizer de Santo Anselmo, nada de maior existe. "Nada há igual a Vós, ó altíssima Senhora, quanto existe está, ou sobre Vós, ou abaixo de Vós; sobre Vós só Deus, abaixo de Vós, tudo o que Deus não é".
Com efeito, se segundo a sentença de Aristóteles, há proporção entre o lugar e o que nele está, pois na verdade que não se criam coelhos na água nem peixes no monte, infere-se que "sendo Jesus Cristo, a brancura e resplendor da luz eterna, espelho sem mancha e figura da substância do seu Pai; devendo haver proporção e correspondência entre o lugar e o que nele está, teve de se achar esta proporção de resplendor e pureza em sua santíssima e benditíssima Mãe, e já que não era possível chegar a tanta claridade candura como a do seu Filho ao menos convinha que fosse a de Maria, como o foi de fato, a maior dentre todas as criaturas, sem excetuar os santos anjos".
A Maternidade divina de Maria é o centro luminoso de onde irradiam todas as suas excelências e prerrogativas. S. Tomás de Aquino afirma que, pela sua maternidade divina Maria, atinge as fronteiras do infinito e neste aspecto Deus não poderia fazer obra superior.
Qual o entendimento humano ou angélico que ainda pode compreender a alteza desta dignidade?
A Virgem Maria, durante nove meses traz no seu seio o Verbo feito homem, alimenta-o de seu puríssimo sangue; depois de nascido, nutre-o com seu leite virginal, estreita-o entre seus braços e é dos mesmos lábios de Deus humanado que escuta ser chamada de Mãe!
Pode conceber-se grandeza maior, dignidade mais alta? O mesmo Evangelho, com sublime simplicidade, diz por todo louvor: "Maria, da qual Jesus nasceu".
Por isto, por ser sua mãe, Deus a amou, encheu-a de graças e com Ela esteve na mais estupenda união que haja existido, e, elevando-A desta vida mortal, a fez Rainha da glória.
Mas se grande é a dignidade de Maria, não menor é a sua misericórdia para com os homens.
Escuta entre outros mil, o seguinte exemplo de tão bondosa Mãe
Espalhou-se em 1652 uma peste terrível na cidade de Barcelona, que reconhece por padroeira Nossa Senhora das Mercês. Era tal o número de vítimas, que a cidade parecia um deserto. Lamentos, dor e morte reinavam por toda a parte.
De todo lugar partiam orações e súplicas sem, entretanto, obterem o alívio desejado, até que, levando em solene procissão a prodigiosa imagem de Nossa Senhora das Mercês, pelas ruas e praças da flagelada cidade, à sua passagem foi-se extinguindo a espantosa epidemia.
Vede por aqui quanto é amável e misericordiosa nossa. Mãe Maria, Pronunciando este santíssimo nome, invocando-a nas tribulações e perigos, seremos sempre atendidos e consolados, e, sem risco, singraremos por entre as tempestades do mar desta vida até conseguirmos o porto da eterna.
Oração jaculatória (para se repetir muitas vezes durante; o dia): Dissipai, ó Mãe bondosa, as trevas de nossa consciência.
Adquire o costume de dirigir com frequência orações jaculatórias a Nossa Senhora. "Entre todos os obséquios, diz Sto. Afonso, nenhum agrada tanto a esta nossa Mãe, como recorrer a miúde à sua intercessão, pedindo-lhe auxílio em todas as necessidades".
Em fervorosa oração se achava uma noite o venerável mercedário, Frei Sebastião do Espírito Santo. Maria, nossa bondosa Mãe, lhe fala dizendo: "Sebastião, quando desejares alcançar de meu Filho alguma graça, recorre logo a mim que sou a porta por onde entram as petições para obter pronto despacho".
Eis, almas piedosas, a via que à Providência aprouve nos ensinar para encaminhar-nos à perfeição. Jesus é nosso Caminho, Verdade e Vida, mas a Virgem Santíssima é o caminho para Jesus, que, na feliz expressão de São Bernardo, quis que tudo recebêssemos, na ordem sobrenatural, por meio de Maria.)
Isto não é mais uma opinião piedosa, senão doutrina comum dos santos e teólogos.
Os protestantes pretendem ir a Jesus rejeitando a mediação de Maria. Infelizes, têm a luz do Evangelho e não enxergam!!
A Jesus havemos de ir por onde Ele a nós veio.
O consentimento de Nossa Senhora abre o caminho à nossa redenção. O Verbo Eterno pede de Maria a carne com que há de revestir-se. De Maria nasce Jesus em Belém, e nos braços de Maria, acham-no os pastores, adoram-no os Magos e o velho Simeão. Maria permanece associada a Jesus durante a vida toda. Ela o acompanha e assiste nos trabalhos e sofrimentos, nas orações e no apostolado. Quando Jesus sai à vida pública, seu primeiro milagre é operado pela intercessão de Maria.
Ao acercar-se a Paixão de Jesus, Maria vai receber a consagração de Mãe dos homens. Sobe ao Calvário com Jesus e de pé, ao lado da cruz, une-se aos sentimentos do Divino Crucificado, oferece ao Pai Celestial, pela salvação do mundo, o sacrifício do seu Filho estremecido, recebe-o exânime em seus braços e o acompanha até o sepulcro.
Desta forma o Evangelho nos apresenta a Maria recebendo no berço o primeiro vagido de Jesus e no Calvário seu último suspiro.
Guardemos a lição. Procuremos sempre a Jesus por meio de Maria, honrando- a, servindo-a, amando-a, tanto mais que, segundo Sta. Teresa, isto é muito do agrado de Deus que recompensa aos devotos de Nossa Senhora com grandes prêmios.
Ouve agora o seguinte exemplo e nele admira a bondade e a presteza com que Nossa Mãe Celestial atende às súplicas confiantes dos seus devotos:
Foi em Huete, Cidade da Espanha, no ano de 1944. Uma senhora, de nome Sebastiana Moreno, havia já ano e meio que perdera de todo a vista do olho direito; seu marido, Julian Garcia, levou-a três vezes ao oculista; na última visita, o doutor desenganou-a dizendo à doente que ele nada mais tinha que fazer, pois só a Providência Divina poderia restituir-lhe a vista; aconselhou-a apenas, que cuidasse para que não se estendesse o mal ao olho esquerdo.
Chegou o 24 de setembro, dia em que a Igreja celebra a festa de Nossa Senhora das Mercês. Na missa solene pregou o padre Enrique Alviol da congregação de São Vicente de Paulo. E ao tempo em que pedia à Virgem Santíssima pelos ausentes, presentes, enfermos e demais a senhora D. Sebastiana suplicava lhe devolvesse a vista, ou ao menos, lhe conservasse a visão do outro olho. Com grande assombro, notou ao terminar a missa, que a visão se aclarava. Acercou- se ao altar para dar graças à sua Mãe bendita, em presença de muitos fiéis, e quando saiu do templo, achou-se perfeitamente curada e assim continua.
Oração jaculatória (para se repetir muitas vezes durante o dia):Rainha de todos os santos, rogai por nós.
Abraça tua cruz e faze cada dia alguma penitência.
Pediam ao Venerável Jerônimo de Valderas que zelasse pelo corpo e mitigasse algum tanto suas ásperas penitências; ele respondeu. "Pois que tanto lastimais meu corpo, condoei-vos também de minha alma". Grava em teu coração as palavras de Jesus: "se não fizerdes penitência todos vós perecereis".
Que delicados primores obra Maria nas almas que confiadamente se lhe entregam, resolvidas a se deixarem levar por Ela nas vias da santidade!
Longe está o céu, áspero e dificultoso é o caminho da perfeição que a ele conduz, como poderei eu, pequenina e fraca, seguir este para conquistar aquele. Assim falava consigo uma alma generosa e boa, mas pouco ilustrada nas vias da santidade.
Com efeito, pequeninos e fracos somos, nada por nós mesmos podemos. Mas, estamos, porventura, obrigados a fazer sozinhos esta jornada? Não, Maria vai conosco.
Ela é nossa Mãe e, junto com o Espírito Santo, é a santificadora de nossas almas. Deus A constituiu medianeira universal de todas as graças. Levados por esta Mãe, fácil se nos torna galgar as alturas da santidade.
A Virgem Maria gerou a Jesus para a Vida humana, e viveu unida a Ele indissoluvelmente na ordem sobrenatural. Com Ele cooperou em nossa redenção, imolando-se em espírito no Calvário. Seu sacrifício, embora secundário para a nossa redenção, foi no entanto universal e de valor incalculável. Veio a ser desta forma nossa Corredentora e nossa medianeira e advogada perante Jesus a quem Ela constantemente oferece seus merecimentos para satisfazer por nossas infidelidades.
Como Esposa Imaculada do Espírito Santo, Maria é sua colaboradora na obra misteriosa de nossa regeneração e formação espiritual. Ela exerce uma função sobremodo admirável que chamamos cossantificadora, pois que a este soberano e amorosíssimo Espírito de santificação, aprouve que toda nossa saúde nos venha pelas mãos de sua doce Esposa; e assim, gosta que seja ela invocada pelos fiéis como Mãe do belo amor e Rainha dos corações.
Se sentires pois, alma devota, ânsias de chegar à santidade, não te desanimes ao pensar em tuas fraquezas e misérias; eleva os olhos ao céu, invoca a que é Mãe da graça divina e nosso auxílio, e resolve-te a seguir suas inspirações que, a elas fiel, conduzir-te-ão às alturas da perfeição.
Do desvelo com que nossa amorosa Mãe procura conduzir seus devotos a um alto estado de perfeição, dar-te-á uma idéia o seguinte exemplo que refere o P. Rencoret:
"Morava na cidade de Santiago do Chile um espanhol que vivia na opulência, levando uma vida de devassidão, mas conservava uma pequena devoção a Nossa Senhora das Mercês. Um dia de Sexta-Feira Santa foi ouvir o sermão dum padre mercedário que pregava sobre a crucifixão de Jesus. Ali o esperava Maria.
Tão comovido ficou, que após o sermão foi ao convento mercedário e pediu para vestir o santo hábito de Nossa Senhora. Com êle viveu o resto
de sua vida, praticando heroicamente as virtudes cristãs e um amor incendido a Nossa Senhora das Mercês, que se comunicava aos que com ele tratavam".
Oração jaculatória (para se repetir muitas vezes durante o dia): Ó Mãe sede sempre nossa Mãe.
Ouvir ou mandar celebrar missa em honra de Maria Santíssima. — Quão aceita seja à Senhora esta devoção, dizem-no bastante claro os anjos, que lavravam o campo enquanto Santo Isidoro ouvia missa.
Jesus, nosso Redentor, teve pai e teve mãe: Pai celestial que o gera eternamente, e Mãe, Maria, que em seu seio o gerou corporalmente.
Também nós, pela amorosa providência, divina, como irmãos de Jesus, temos a Deus por Pai e a Maria por Mãe.
A Santíssima Virgem é Mãe de Jesus a quem o apóstolo chama de nosso Primogênito; logo, todos nós, que pela Encarnação nos tornamos irmãos de Jesus, somos também filhos da Virgem Maria.
Não sentes, alma cristã, a inefável doçura, o suave conforto, que se encerra nestas palavras: A Mãe de Jesus é também minha mãe?
"Não por acaso, nem debalde, escreve Sto. Afonso, os devotos de Maria Lhe chamam de Mãe; e parece que não sabem invocá-la com outro nome, nem se fartam de sempre a chamar de Mãe. Mãe, sim, porque ela é, verdadeiramente, nossa Mãe, não carnal, mas espiritual, das nossas almas e da nossa salvação".
Vai já para dois mil anos que o povo cristão invoca e venera a Maria por Mãe, e, longe de diminuir, esta universal aclamação, aumenta cada dia.
As gerações se sucedem e cada uma novos florões acrescenta ao diadema da Mãe Imaculada. À medida que o tempo passa, cresce sua devoção, é amada com maior fervor, invocada com mais confiança e aclamada com mais vivo entusiasmo,
Aliás, fácil é compreender a razão disto. Deus, ao constituir Maria nossa Mãe, infundiu-lhe um coração verdadeiramente maternal, enriquecido de tais doçuras, carícias e encantos que sobrepassa todo o imaginável.
Amor de Mãe é amor que não falece nem o tempo enerva nem a distância apaga.
Vede aquela fraca avezinha que, expondo-se a mortal perigo, adeja impotente num supremo esforço por salvar os pintinhos, prestes a serem presos de uma mão poderosa. E o símbolo natural do amor materno.
O amor que nossa Mãe celestial nos dispensa sobrepuja imensamente ao amor de todas as mães do mundo reunidas. Nada há que o iguale e nada deve haver também que iguale nossa confiança na proteção desta Mãe de misericórdia.
Contempla agora, na seguinte belíssima tradição da Ordem mercedária, a delicadeza do amor de nossa Mãe para com os devotos que vestem seu santo hábito.
Terminada a recreação da noite, retiraram-se a suas celas os religiosos do convento de Barcelona para recitar as últimas orações e entregar-se ao descanso.
Os filhos adormecem, porém a Mãe Celestial vela seu sono e os protege. Repetidas vezes viram pelos claustros do convento a Rainha do Céu, acompanhada de dois anjos, benzendo os dormitórios dos religiosos. Em lembrança desta fineza de Maria, em todos os conventos mercedários, saem de noite dois religiosos a benzer as celas de seus irmãos, após estes se recolherem aos dormitórios.
Muito nos ama esta bondosa Mãe e muitas finezas lhe devemos.
Como agradecer-lhe tantos muito mais do que até hoje favores? Amando-A mais, sempre nossa confiança em seu coração maternal,
Oração jaculatória (para se repetir muitas vezes durante o dia): Maria Imaculada, Mãe da Eucaristia, ensinai-nos a receber bem a Jesus na santa Hóstia.
Recebe em tua casa a Nossa Senhora Visitadora e reza em família é com fervor as orações da Visita domiciliária. A beata Mariana de Jesus cuidava dum altar de N. Senhora, e, quando sua casa era visitada pela imagem da Virgem Santíssima não dormia nem que a estada se prolongasse por vários dias, dizendo ser descortesia ir repousar tendo em casa tal visita". Aprende daqui a reverência e fervor com que hás de proceder nos dias em que tiveres a imagem em tua casa.
Um índio peruano foi ter com o venerável Frei Luis Galindo, mercedário de Lima. Quem és? pergunta o religioso. Sou eu, padre, responde singelo o índio, sou eu que venho para que Vossa Reverência me ensine a ser santo.
Bela disposição a daquela alma ingênua! Na verdade, qual a alma que, havendo alcançado sequer uns longes da santidade a não deseje mais ardentemente?!
É coisa tão formosa a santidade! Mas, ah! Como o caminho a percorrer para atingi-la é longo e difícil! Muitos começam a jornada, mas logo entregam as armas e ficam a meio caminho.
Necessário se torna iluminar as almas, de modo que possam abreviar a lonjura desta estrada.
A perfeita devoção a Nossa Senhora é a via mais curta para alcançarmos a graça e as alturas da santidade.
Só a Maria confiou Deus os tesouros da divina graça, os segredos da mais íntima união com Deus, o poder de entrar nos caminhos mais sublimes da perfeição e de introduzir ali seus devotos; nada pois mais fácil e mais breve para chegarmos a Jesus, do que quando levados pela mão de nossa Mãe Celeste.
Esta Senhora, com amoroso desvelo remove os obstáculos que nos dificultam o caminho da perfeição, nos ilumina nas dúvidas, nos conforta nos momentos de vacilação e, sobretudo, voa pressurosa em nosso auxílio com suas poderosas graças, logo que, com fervor, a invocamos em nossas necessidades.
Ricardo de S. Lourenço diz-nos ser tal a piedade de Maria, que logo se derrama sobre quem a implora, ainda que não medeiem outras orações mais que a de uma breve Ave-Maria.
Mais expressivo é Santo Anselmo que, para aumentar a nossa confiança, diz- nos: "quando recorremos a esta Divina Mãe, não só devemos estar seguros da sua proteção, mas também de que, algumas vezes, mais depressa seremos ouvidos e salvos com recorrer a Maria, invocando o seu santo nome, do que invocando o nome de Jesus, nosso Salvador.
Quer dizer que nós achamos mais depressa a salvação, recorrendo à Mãe do que ao filho", não porque Maria seja mais poderosa ou misericordiosa que seu Filho para nos salva mas porque Ele é também juiz para nos castigar e Maria é apenas advogada e Mãe e parece que nos inspira maior confiança e também porque Deus assim o determinou para honrar sua Mãe.
A história do culto de Maria sob o doce título das Mercês prova como esta bondosa Mãe, não só acode veloz aos indivíduos, senão também às cidades e nações quando por elas é invocada. Bem o experimentaram várias nações americanas que, em terremotos, assaltos de piratas, pestes e outras calamidades públicas foram por Ela logo socorridos, legando-nos perene testemunho as várias repúblicas e numerosas cidades que por sua particular Padroeira a escolheram.
Foi uma destas cidades a de Valparaiso que, estando, por causa de um pavoroso terremoto, a ponto de ser engolida pelo mar, colocaram a imagem das Mercês na porta de seu templo e ali se detiveram as vagas do mar encapelado a salpicar de areia as vestes da Mãe libertadora.
Nunca tão bondosa Mãe permitirá que os filhos que a Ela volverem os olhos suplicantes, sejam engolidos pelas borrascas do mal e do pecado.
Oração jaculatória (para se repetir muitas vezes durante o dia):Ó Mãe das Mercês, ensinai-me a viver uma vida de amor e de união com Jesus.
Compadecer-se das dores da Virgem e rezar em sua honra sete Ave-Marias. Santa Margarida de Cortona alcançou assinalados favores do céu pela compaixão que teve das dores desta aflita Mãe.
Chamamos perfeito aquilo que possui tudo o que pertence à sua natureza. Entre os meios que se nos oferecem para chegar à santidade, será mais perfeito aquele que nos apresentar mais facilidades no obter nosso fim que consiste na realização de nossa predestinação sobrenatural.
O Apóstolo manda que cresçamos em todas as coisas naquele que é nossa Cabeça, Cristo. Porque Deus nos escolheu antes da criação do Mundo para que fossemos santos e sem mancha diante de seus olhos e nos a tornar-nos conformes à imagem de seu Filho, (RC 15 e I, 5 Rom. VIII, 29).
Esta é, pois, nossa vocação sublime, nosso ideal de aspiração: desprender-nos de nós mesmos e tender a Cristo, imitar a Cristo, conformar-nos com Cristo, até nos tornarmos noutros Cristos pela graça.
Ora, é evidente, e assim nô-lo ensinam os santos que não há caminho mais perfeito para atingirmos este ideal do que a devoção a Nossa Senhora.
Ela formou em suas entranhas a Cristo, o Primogênito, e nada deseja com mais veemência do que "formar em cada um de nós a imagem do seu Filho, Jesus".
E com que amor e valimento realiza Maria esta missão! Ela, Mãe nossa verdadeira, nos carrega no seu colo e sobre os joelhos nos acaricia, e assim, suavemente, nos encaminha à perfeição.
Vivendo, orando e praticando todas as nossas ações em união com Maria, Ela, respondendo à nossa confiança, une-se a nós, nos comunica suas disposições, aumenta em nossas almas o amor atual com o que todas as nossas ações são imensamente mais meritórias, pois é o amor a medida do merecimento. Deste modo nos faz Maria avançar céleres pelas vias da santidade.
Bem assim o experimentou aquele grande amigo da Virgem Imaculada S. Pedro Nolasco. "Como mais belo dos seus amores, distingue-se o amor que S. Pedro Nolasco professava à Rainha do Céu, sua Mãe e Senhora. Desde criança,
Este amor perfumou sua alma. Contente suportava os sacrifícios inerentes à redenção de cativos, por ser obra inspirada por Maria.
Seu amor confortava-o nas fadigas do ministério e ajudava-lhe a vencer as dificuldades que lhe ocorriam do cargo de superior.
A Maria vinha implorar luzes e conselhos para resolver suas dúvidas, realizar seus empreendimentos e projetos. Não se concebe a figura de S. Pedro Nolasco sem um fervoroso amor e devoção a Maria".
Esta devoção à Mãe de Deus incutiu Nolasco no coração de seus filhos, os mercedários, com caracteres indeléveis e esta há de ser a marca de quantos vestem seu alvo escapulário.
Com as palavras do mercedário, há pouco falecido al Antonio Pisano, corista, façamos o propósito seguinte:
"Por amor a minha Mãe, Maria, não deixarei sem coisa nenhuma que entenda ser do seu agrado e praticar todas as ações por amor desta Mãe sem proferir nenhuma queixa".
Oração jaculatória (para se repetir muitas vezes durante o):Fazei, ó Maria, que todos a Vós recorramos.
Rezar com fervor e a miúdo a recomendação da alma como se nos achássemos na agonia. Oferece a Deus com resignação o sacrifício de tua vida, "Quem aceita a morte com perfeita resignação, diz Santo Afonso, adquire um mérito semelhante ao dos santos mártires que deram voluntariamente a sua vida por Jesus Cristo".
Bom é, sem dúvida, haver começado o caminho da virtude; de pouco porém valeria o início se não perseverássemos.
Já Jesus nô-lo advertiu: será salvo aquele que até o fim perseverar. (Mat. 10,23).
Entretanto, a perseverança no caminho do bem é de todas as coisas a mais difícil para nós; se assim não fosse, poucas almas se perderiam, pois são raras as que, nalguma ocasião,
não tenham começado a prática do bem; perderam-se, pois, porque não perseveraram
De fato, grandes são as dificuldades que se nos deparam no caminho do céu.
A inconstância de nosso caráter, a falta de tenacidade para manter o esforço continuado que requer a prática da virtude; as ambições e desejos desordenados; a concupiscência; e sobretudo, os furiosos ataques que o inimigo desencadeia contra nós, quando nos resolvemos a praticar a virtude.
Qualquer destas dificuldades pode dar em terra com nossa vida de graça. Precisamos a todo momento do socorro divino; este, por meio de Maria, temos de obtê-lo.
Não sofre esta Senhora que seus devotos, aqueles que confiadamente depositaram em suas mãos o negócio da salvação, abandonem o serviço de Deus e percam suas almas. Ela quer conservar sempre em seus filhos a imagem de Jesus.
"Meus filhos. exclamava S. Felipe Neri, se quereis perseverar, sede devotos de Maria".
Tudo andará bem para nós se confiarmos em Maria pois, como diz o devoto Blósio, "antes serão destruídos o Céu e a terra, do que Maria deixar de socorrer a quem lhe pedir auxílio e nela confiar".
A Igreja canta em louvor de Nossa Senhora aquele verso dos livros santos: "Em Vós esperaram nossos pais e Vós fostes sua libertadora". Nós também esperamos sempre em vós.
Ó Virgem Maria, e não seremos confundidos.
Seremos sempre fiéis à vossa devoção e ao vosso amor; esforçar-nos-emos por cumprir vosso querer; assisti-nos com vossa misericórdia até nos deixar no seguro porto da salvação.
Quanto seja compassiva e pronta a nos socorrer nossa Mãe das Mercês, nos apuros e graves necessidades, bem o mostrou no seguinte caso que refere Ercilla, na Araucana: No Natal de 1553-sublevaram-se os índios do Arauco, assassinaram o Governador Valdivia; arrasaram a cidade de Conceição e cercaram a cidade de Imperial. Estava nesta cidade, naqueles tristes dias, o Apóstolo do Arauco, Fr. Antônio Rendon. Enquanto os homens, hábeis para empunhar as armas, defendiam os fracos muros da cidade, o santo missionário congregava os anciãos, mulheres e crianças ante o altar da Virgem das Mercês, pedindo os livrasse de tão angustiosa situação e da morte segura que os esperava.
Acampados a três léguas de Imperial estavam os índios já prontos para dar o último assalto. Foi então quando numa nuvem viram chegar a eles, formosa e refulgente, a Virgem branca das Mercês que
"Com uma branda voz e delicada lhes diz: aonde ides, gente perdida? Voltai, voltai o passo à vossa terra, não vades a Imperial a mover guerra".
Os índios se retiraram e uma vez mais os cristãos agradeceram à sua Mãe este favor.
Oração jaculatória (para se repetir muitas vezes durante o dia):Ó Maria, podeis fazer que eu seja santo, de Vós imploro esta graça.
Acostuma-te a dizer nas adversidades "Bendito sejais meu Deus, aceitai este sofrimento em expiação das minhas culpas". — Deves examinar muitas vezes na prosperidade, se a ela prendes o coração. Quando Deus te visita com a cruz, bendize a mão que te fere para provar-te ou sanar-te. A paciência faz os santos.
"Toda a vida de Cristo foi cruz e martírio e tu procuras só descanso e gozo? Andas errado e muito errado, se outra coisa procuras senão sofrimentos e tribulações". (I. L. II c. 12) com estas palavras nos admoesta o livro da Imitação, a caminhar pela estrada real da Santa Cruz.
Já te aconteceu, alma piedosa, seres surpreendida longe de casa por alguma forte tempestade? O horizonte cobriu-se logo de espessas nuvens, o dia foi escurecendo, a chuva caia a torrentes e só por vezes enxergavas a estrada ao clarão de temerosos relâmpagos.
Talvez, já apavorada, clamaste: Meu Deus, onde acharemos abrigo nesta noite terrível? Eis a imagem de nossa vida, com suas tribulações, seus temores, perigos e trevas. Aonde iremos em procura de refúgio? Sob vosso amparo nos acolheremos, ó Santa Mãe de Deus; não desprezeis nossos rogos.
Cumpre não fugirmos ao sofrimento. "E necessário, adverte o Apóstolo, entrarmos no Reino de Deus por meio de muitas tribulações".
(Act. 14,21).
A estrada juncada está de espinhos e abrolhos. O sangue juntar-se-á com frequência às nossas lágrimas. Confiemos, porém; não estamos sós. Jesus nos precedeu nesta estrada, acompanhado da Mãe dolorosa.
No caminho do Calvário, o primeiro amor, o primeiro coração compassivo que Jesus achou, foi o de sua Mãe Maria, e Ela o acompanhou até a consumação do sacrifício.
Aproveitemos a lição. Somos humilhados, traídos, caluniados? Padecemos fome, frio, privações de todo gênero?
Olhemos para Maria ao pé da cruz; com Ela, ali permaneçamos; peçamo-lhe nos conceda juntar às d'Ela, nossas lágrimas, e que, como Ela, nos conformemos inteiramente com a vontade de Deus.
Imensas foram as dores da Santíssima Virgem ao lado de Jesus crucificado, indescritíveis as saudades; não menor, porém, foi sua conformidade com o beneplácito divino; seu querer identificava-se com o querer do Pai Celestial.
Estas hão de ser também nossas santas disposições se quisermos aproveitar nossos sofrimentos para a vida eterna. Para obter estas disposições recorramos confiadamente a Maria. Gemendo e chorando neste vale de lágrimas, a Ela levantemos nossas mãos suplicantes, que nossa Mãe, a mais amorosa e compassiva de todas as mães, movida de piedade, acudirá pressurosa a nosso lado.
Veja-se pelo exemplo seguinte, quanto é compassiva Nossa Mãe do Céu nas aflições de seus devotos:
Achava-se no maior desespero um homem que fora condenado a ser queimado vivo por um delito que falsamente lhe imputaram. Foi visitá-lo e consolá-lo o venerável mercedário Frei Cláudio de Porta Coeli. Convencido este religioso da inocência daquele homem, mas, não achando como livrá-lo, animou-o a ter paciência e deu-lhe uma imagenzinha da Virgem das Mercês para que Lhe suplicasse fosse descoberta sua inocência.
Levado ao suplício foi jogado nas chamas, mas ele, chamando confiado a Santíssima Virgem, permaneceu ileso e ainda a própria fogueira o jogou fora.
Atirado de novo pelos algozes, outra vez as chamas o lançaram fora ileso. A vista desta maravilha reconheceram sua inocência e a proteção de Maria e o indultaram.
Desde então, foi Nossa Senhora das Mercês venerada mui particularmente na cidade de Avinhão, onde aconteceu o fato referido, Virgem santa das Mercês, sob vosso amparo nos acolhemos, não desprezeis nossas súplicas, em nossas necessidades, antes, de todos os perigos nos livrai ó Virgem gloriosa e bendita.
Oração jaculatória (para se repetir muitas vezes durante o dia): Ó Maria, minha Mãe das Mercês, fazei que eu vos pertença sempre.
Prepara-te para as festas de Nossa Senhora jejuando na véspera e praticando outras penitencias. S. Félix de Cantalício jejuava a pão e água nas vigílias das festas de Maria e sentia-se tão alegre nesses dias que compunha e cantava hinos em louvor da Senhora. Em retorno, Maria lhe apareceu na hora da morte, para levá-lo a entoar louvores eternos no Paraiso.
Nosso Senhor permite a tentação para o bem dos seus eleitos. "Porque eras agradável a Deus, disse o anjo a Tobias, foi preciso que a tentação te experimentasse".
A tentação forma parte da economia sobrenatural.
Toda a vida cristã se desenvolve numa luta constante contra influências hostis, que, ora tratam de instilar-se suaves e insidiosas como os miasmas do ar, ora frementes e ameaçadoras, bramam como a tempestade ou rugem com fragor de batalha.
O fato é que ninguém se vê livre desta luta, de modo que o problema não está em como escapar das tentações, mas sim, em como sair delas vitoriosos.
"Meu filho, diz o Sábio, se queres servir a Deus, prepara tua alma para a tentação". (Eccli. II 1).
Eia, pois, alma piedosa, dispõe-te para este longo batalhar, bem persuadida de que, se Deus quer que sejas tentada, não é certamente para a tua ruína, antes para a tua perfeição, para unir-te a Ele mais estreitamente, porque estes são os frutos que a tentação produz na alma que contra ela sabe pelejar.
Nunca te ocasionará mal a tentação se cheia tua alma do temor de Deus, estiveres, como o Apóstolo, disposta "não só a ser atada, mas até para morrer pelo nome de Jesus" (Act. 21, 13) antes do que consentires no pecado.
Mas esta disposição, posto que indispensável para a vida sobrenatural não é por isso menos difícil.
Os santos nos ensinam que a devoção a Maria é o meio mais poderoso para vencer as tentações, porque Ela é mais temível aos nossos inimigos do que um exército em ordem de batalha.
E coisa admirável, dizia S. Boaventura: "quanto tremem de Maria e do seu grande Nome, os demônios do inferno"!
"Foi revelado a Sta. Brígida que Deus fez Maria tão poderosa contra os demônios, que todas as vezes que eles assaltam um devoto da Virgem, se este implora o seu socorro, com só um aceno da mesma Virgem logo aterrados fogem para longe".
Não só Maria é temível aos nossos inimigos como está pronta para obter-nos a graça com que possamos vencê-los. Tanto que a invocamos, voa logo em nosso socorro.
Oh santa Mãe de Deus, se em Vós depositar minha esperança, não serei confundido pois, como Vos dizia São Germano: "só pela invocação do vosso poderosíssimo nome tornais fortes os vossos servos contra todos os assaltos do inimigo. Ah! se em todas as tentações os cristãos fossem solícitos em invocar o nome de Maria, é certo que nunca haveriam de cair".
A nós cumpre, pois, a modo de crianças, depositar toda a confiança no coração de nossa Mãe, Se nos mantivermos vigilantes e assiduamente invocarmos a Maria, a tentação, longe de nos prejudicar, acrescerá nossos merecimentos". Bemaventurado, exclama São Tiago, o homem que suporta a tentação; depois que tiver sido provado, receberá a coroa da vida que Deus tem prometido aos que o amam" (Jac. 1, 12),
Bem significativo é a este respeito um caso singular que relata o Pe. Rencoret: Um jovem, de religiosa e distinta família, olvidando as práticas de piedade, entregou-se a uma vida de desordens. Certa noite, ao voltar para o seu domicilio blasfemando, acercou-se lhe uma senhorita que o convidou para que a acompanhasse até a casa. Largo espaço caminharam juntos, mas, cansado o jovem, negou-se a seguir na companhia dela. A senhorita então, segurando-o pelo braço fortemente, disse-lhe: Você tem de me seguir não há jeito". Irritado, o jovem ameaçou-a: "ou me solta ou atiro".
Uma gargalhada foi toda a resposta. Ele, tirando a pistola. disparou-lhe dois tiros na cabeça, mas a senhorita, encarando-o e rindo, disse-lhe: atire-me outra vez.
Segundo disparo do jovem. Então a senhorita mostrou-lhe o que ora, a cara horrível do demônio e tomando-o novamente pelo braço começou a arrastá-lo a toda força.
O jovem então, estarrecido de pavor, lembrou-se da Mãe do Céu e bradou: "Virgem das Mercês, valei-me" Logo que o demônio isto ouviu, deixou-o dzendo-lhe: "Agradece a esta Senhora que, se não fosse por Ela, nesta horinha estarias em minha casa". O jovem, voltando ao seu lar, vendeu o que possuía e retirou-se a fazer penitência de seus pecados.
Oração jaculatória (para se repetir muitas vezes durante o dia): Maria, esperança nossa, compadecei-Vos de nós. (300 dias).
Tem sempre no quarto o crucifixo e uma imagem de tua Celestial Mãe. Isto é muito conveniente para te conservares na presença de Deus. Adota também a devoção de espalhares o mais possível em torno de ti, a imagem de Jesus crucificado e de sua Mãe
bendita.
Refere-se do venerável mercedário Frei Manuel da Penha, missionário do Maranhão, que havendo exortado a uns presos da vila de Mocha a recorrerem à Virgem Redentora dos Cativos, certa noite, ao recitarem o santo Terço, viram- se livres, com grande admiração de todos, pela facilidade com que se quebraram seus grilhões e correntes.
Isto fez Nossa Mãe das Mercês com aqueles presos como outrora fazia também com os cativos cristãos, para livrá-los da prisão corporal. Que não fará, pois, para nos livrar das amarras do pecado?
Todo o povo cristão a proclama Mãe de Misericórdia, nossa esperança e refúgio seguro dos pecadores, e pode-se afirmar que de tantos livros admiráveis que os santos e doutores escreveram acerca de Maria, as páginas mais copiosas e mais belas são de certo as que consagraram a cantar a misericórdia de Nossa Senhora para com os pecadores.
Santo Afonso afirma ser impossível um pecador devoto de Maria, se perder, sempre que, em meio de suas infidelidades, conserve o desejo de se emendar. Isto, acresce o dito santo, é o parecer de todos os Santos Padres e dos teólogos.
Bem o sabe o demônio que, após fazer perder a graça aos pecadores, trabalha por apagar neles a devoção a Maria.
"Eu sou, disse uma vez a Rainha do Céu a Sta. Brígida, eu seu a alegria dos justos e a porta por onde os pecadores entram para Deus. Não há pecador tão maldito que, enquanto vive na terra, não participe da minha misericórdia".
Por esta razão, S. Basilio anima aos pecadores dizendo-lhes: "Pecador, não desconfies, mas em todas as tuas necessidades recorre a Maria, chama por Ela, pois acha-la-ás sempre aparelhada para te socorrer, porque a divina vontade é que Ela socorra a todos e em todas as necessidades".
Santo Afonso resume nas seguintes palavras esta doutrina consoladora: "Enquanto o pecador está obstinado, Maria não pode amar, Mas se ele, mesmo preso de qualquer paixão, que o tenha feito escravo do inferno, ao menos se encomendar à Virgem e lhe pedir, com confiança e com perseverança, que o ajude a sair do pecado, sem dúvida esta boa Mãe, estenderá a sua poderosa mão. Ela o soltará da prisão e o conduzirá ao estado de graça".
Ó Senhora nossa, Advogada nossa, quião grande e quão inefável é a vossa misericórdia para com os pecadores! Ah! se eles bem vos conhecessem, certo não hesitariam em atirar-se a vossos braços. Eu, neles venho hoje a lançar-me e neles ficarei para todo o sempre.
Para acresceres tua confiança, escuta agora, alma devota, o que Nossa Mãe das Mercês fez por uma alma que nem cristã era, mas que a honrara com alguns obséquios…
Trata-se dum homem que morava perto dum convento de padres mercedários.
Já adulto, veio a saber que não tinha sido batizado. Sentindo grande pejo de declarar isto, foi protelando indefinidamente a recepção do Sacramento do batismo.
Entretanto, gostava muito de favorecer quanto podia aos para os cultos em honra de nossa Mãe das Mercês. Aconteceu, porém, que veio a falecer inesperadamente, ainda pagão.
Três dias depois apareceu ressuscitado ao P. Comendador e demais religiosos do convento e pediu o santo batismo declarando ao mesmo tempo ao dito Padre que a Mãe de Misericórdia, a quem em vida sempre honrara, tinha-lhe alcançado de Deus a graça de tornar à vida para receber o santo batismo e salvar sua alma.
Oh Maria! Quão certo é que um devoto que fielmente vos sirva e a Vós se encomende, é impossível que se perca.
Oração jaculatória (para se repetir muitas vezes durante o dia): Ó Rainha minha! quem vos serve, longe está de condenar-se (S. Boaventura).
Na tentação, toma o crucifixo ou aperta ao peito a medalha de Maria, rogando para não cair e recita uma Ave-Maria. - Na presença dessas imagens deves a miúdo ponderar se é possível ofender, com plena advertência, a Jesus, que por ti sofreu morte ignominiosa, e a Maria, tua doce Mãe.
Todo lar cristão deve ser uma escola de Jesus, A mãe é a primeira mestra desta escola e de seus lábios hão de aprender os filhos as primeiras lições de piedade, e, ao calor do coração materno, hão de sentir as primeiras pulsações de filial afeto para com a Mãe do Céu.
Ó mães cristãs, associadas à paternidade divina na função mais sublime que na terra há qual a de formar almas para o Céu! Sabeis qual é o valor do tesouro que no colo trazeis? E de tão subido preço, de valor tão inestimável, que eu não vô- lo saberei encarecer.
Nosso coração tem seus afetos. suas marcadas preferências. O Coração de Jesus as tem também.
As crianças são os prediletos de Jesus e esta predileção aprouve a Jesus deixá-la consignada em termos tocantes, no santo Evangelho.
Repelindo a ação dos apóstolos que afastavam de Jesus as crianças, Ele as chama para Si e exclama com inefável ternura: "Deixai vir a mim os pequeninos e não os afasteis, porque deles é o reino do Céu": Desprezar uma criança é desprezar seu anjo custódio que está vendo sempre a face de Deus no Céu.
Venturosas as crianças que, ao chegarem ao discernimento, souberem estimar e conservar sua inocência!
As mães principalmente incumbem esta divina missão.
Que será de vossos filhos? Que destino o futuro reservará para a criancinha que embalais no berço ou para o petiz que com seus gritos e algazarra vos recreia no jardim doméstico? Qual mais, qual menos, a maioria das mães abrigam fagueiras ilusões sobre a sorte de seus filhos.
Muito os amam e o amor não lhes permite deter o pensamento sobre os possíveis infortúnios. Entretanto, a verdade é que a vida os espera com um pélago de desditas, a tentação os provará e a luta prolongar-se-á até o final da existência.
A mãe cristã conhece isto, sabe de suas fraquezas desconfia de si mesma, por este motivo recorre logo ao Céu, chama Aquela que tem também coração de Mãe com abismos de ternura, a Ela confia seus filhos para que lhos guarde e neles incute logo um filial afeto para com a Santíssima Virgem.
A sincera devoção e um amor terno a Maria, será sempre a melhor salvaguarda da inocência. A Mãe celestial conhece os escolhos que ameaçam e os riscos que rodeiam a inocência e com maternal piedade e dedicação livra-a destes perigos.
Ansiais pois, mães cristãs, que vossos filhos cresçam no temor de Deus? Cumpre então que, já desde muito cedo, temor o de leveis a Maria.
A primeira palavra que eles balbuciem seja o doce nome de Maria, e, quando crescerem em conhecimento, ensinai-lhes logo as mais belas orações de Nossa Senhora. Cada dia, renovareis a entrega de vossos filhos a tão doce Mãe dizendo-Lhe: "A Vós, ó grande Mãe de Deus e Mãe nossa; confio este filho meu, em vossas mãos o deixo; fazei o bom na terra e santo no Paraiso".
Na vida dos santos aparece com frequência o influxo que muitas mães exerceram neles desde a infância, educando-os no amor à Rainha do Céu. As suas mães devem muitos deles a santidade heroica a que chegaram.
Nenhum meio mais seguro possui a mãe para obter a felicidade temporal e a eterna de seus filhos do que consagrá-los a Jesus por Maria. Contando que lhes ensine e induza logo a corresponder com a inocência de vida a essa dedicação.
A Virgem Santíssima disse um dia a Santa Brígida "Faze que teus filhos se tornem também filhos meus". A santa assim o fez e entre seus oito filhos conta- se Santa Catarina
de Suécia.
Outras vezes, em falta da mãe, será a própria criança, que instruída por outros ou inspirada pelo céu, se consagra a Nossa Senhora.
Assim o praticaram: Sta. Teresa de Jesus, a Beata Mariana de Jesus e São Raimundo Nonato, os quais, vendo-se sem Mãe na Terra, escolheram a do Céu que não os deixaria.
Horas a fio passava Raimundo Nonato numa ermida, perante uma imagem de Nossa Senhora, de forma que os vizinhos chamavam-no de "filho de Maria".
Esta chamou-o à Ordem Mercedária onde tanto honrou a Deus e a sua Mãe divina com suas excelsas virtudes.
Célebre é também, nas crônicas mercedárias, a vida prodigiosa de Teresinha de Jesus, formoso lírio de inocência que viveu apenas cinco anos em Jerez de la Frontera deixando-nos o odor perfumado duma vida cheia de virtudes muito superiores ao que de sua idade se podia exigir. Dois anos e dois meses, contava de idade quando por impulso do Espírito Santo, pediu o hábito de Nossa Senhora das Mercês de quem era já devotíssima.
Desde então, e por virtude sem dúvida da proteção de Nossa Senhora, a quem assim se consagrara, começou uma vida de alta e frequente oração e de uma penitência e desprendimento que assombrava aos maiores. Ainda não completara os quatro anos e estando na cozinha com a mãe, que com água fervendo preparava amido para engomar: "Mamãezinha, disse-lhe a menina, queres dar-me licença para introduzir a mão, pelo amor de Deus, nessa água fervendo ?".
A mãe, naturalmente, não concordou mas Deus ouviu o desejo da criança pois no dia seguinte uma de suas irmãs, casualmente, despejou-lhe uma panela de água fervendo, queimando lhe a mão. Durante a longa e dolorosa cura, a menina não proferiu uma queixa; suas palavras eram: "Seja tudo pelo amor de Deus".
Certo dia, vendo tristes as irmãs por causa de uma grave doença da mãe, exclamou: "Chorem minhas irmãs, que têm mãe que pode morrer; a minha Mãe das Mercês nunca morrerá e por isso eu não choro".
ó mães! correi aos pés de Nossa Senhora e entregai-Lhe vossos filhos, colocai- os sob a sua maternal proteção, falai-lhes desde cedo, e com frequência, de Maria, para que logo a amem e quando os afetos se desenvolverem na criança já esteja o coração ocupado pela santa dileção da doce e meiga Mãe do Céu.
Oração Jaculatória, (para se repetir muitas vezes durante o dia): Socorrei-me, ó Mãe de Deus! e afastai de mim os ataques do inimigo.
Socorrer as almas do purgatório mais devotas de Maria, oferecendo por elas algum sufrágio. - A santa Brígida, que tinha esta devoção, disse a Virgem que era este um dos obséquios de seu maior agrado.
É doutrina comum dos santos que a devoção a Maria é sinal de predestinação. Cumpre, porém, explicar isto pois que nem toda devoção é verdadeira.
Falsa é a daqueles que, embora pertencendo a alguma associação e rezando, de quando em vez, algumas preces a Nossa Senhora, deliberadamente descuidam a emenda de sua vida e a prática dos outros deveres, julgando presunçosamente que só por aquilo, Maria não há de deixá-los morrer no pecado.
Tampouco é devoção verdadeira a que se limita à recitação rotineira de muitas orações vocais, ou a que só lembra de recorrer a Maria num infortúnio ou por um interesse temporal.
A devoção perfeita a Nossa Senhora deve encerrar dois elementos: a imitação das virtudes e a invocação de Maria.
A devoção à Santíssima Virgem, aliás, como qualquer verdadeira devoção, deve conduzir-nos a Deus, fim supremo de todos os nossos atos da virtude de religião.
Jesus é o modelo a cuja imagem devem conformar-se os predestinados; Maria é a fiel imagem de Jesus.
Ora, dizia o Padre Santo Pio X, como nossa insuficiência é tão grande, facilmente nos desalentaríamos em presença de tão divino ideal, mas a Providência divina nos propõe outro modelo que ainda se acercando a Cristo quanto é dado à natureza humana, acomoda-se mais à nossa pequenez.
Este modelo é a Virgem Santíssima.
A imitação de Maria é a flor mais bela da devoção mariana, mas, a bem dizer, ela é já o fruto do outro elemento desta devoção que é a invocação.
Orando com fervor e acompanhando as nossas súplicas uma sincera vontade de copiar em nós as virtudes de nossa Mãe celeste, é como chegaremos a imitar a Maria.
A imitação é própria das almas proficientes e perfeitas; a invocação de todas, em qualquer estado que se acharem.
Devemos pois orar, invocar a Maria com a maior frequência possível, e em todas as nossas necessidades.
Mas para que a nossa oração seja eficaz, para que as nossas preces sejam ouvidas e despachadas, devem ser feitas sob o influxo das mais excelsas virtudes, que são as teologias, fundamento da virtude de religião.
A fé, dando-nos a conhecer a eminente dignidade da Mãe de Deus, inspirar- nos-á o maior respeito e veneração por Ela, e, em consequência, levar-nos-á a praticar tudo conforme o espírito de Maria, que é o do mesmo Jesus.
A esperança levar-nos-á a depositar em Maria toda a nossa confiança; esta deve ser ilimitada e inabalável.
Por maiores que sejam nossas infidelidades e fraquezas, confiemos sempre em que obteremos nossa emenda, a graça de Deus e, com a graça, a salvação eterna. Se conservarmos a confiança no valimento de nossa Mãe de misericórdia, seguros estamos; mas se a perdermos, tudo estará perdido. Finalmente, a caridade inspirar-nos-á um amor terno e constante, cheio de infantil meiguice e ao mesmo tempo de firmeza viril que nos levará a tudo praticar e nada negar que saibamos ser do agrado de nossa Mãe.
Por cima de tudo, guarda, alma cristã, este último conselho: Seja qual for a tua devoção a Maria, nela persevera; muito ou pouco, invoca-a sempre, e jamais de tudo a olvides. Ela não te esquecerá e dar-te-á a perseverança final.
Contempla no seguinte exemplo, tomado dentre mil, quão pronta é Maria para socorrer não só aos indivíduos mas também aos povos, logo que por eles é invocada.
A cidade de Guatemala estava em transe de ser arrasada, com todos os moradores, pelas pedras, cinza e lava vulcânica que de uma montanha vizinha descia impetuosa sobre a cidade, Consternados os moradores correram velozes às igrejas para receberem os sacramentos e se prepararem para bem morrer.
Então, as autoridades locais foram ter com o P. Comendador dos mercedários pedindo-lhe para levar em procissão a imagem veneranda de N. Sra. das Mercês.
Oh bondade de Maria para os que a invocam! Logo que a imagem saiu pelas ruas, com grande admiração de todos, a lava cessou, a tempestade acalmou a na cidade não se ouviu outro murmúrio que o das preces e louvores do povo à sua Advogada que assim os libertara.
Oração jaculatória, (para se repetir muitas vezes durante o dia): Virgem amorosa, alcançai-me a graça de amar a meu Senhor Jesus Cristo.
Perdoa aos que te houverem feito mal e reza a Via Sacra com todo fervor pela salvação de teus inimigos ou dos do teu estado. - Achando-se numa redenção de cativos o padre frei Miguel Pareja, um mouro quebrou-lhe uma costela numa pedrada: "Deus que lhe pague", disse simplesmente o santo religioso.
As injúrias de nossos inimigos são favores para nossas almas. Saibamos nos aproveitar e agradecer a Deus que nô-las proporciona.
O Padre Nosso é a primeira oração que desde o regaço de nossa Mãe aprendemos a balbuciar.
A segunda é a saudação angélica que desde criança cada dia recitamos.
A Virgem Santíssima aceita quaisquer orações com que devotamente a invoquemos. Entretanto, a Ave-Maria é para Ela de um prazer todo especial e inefável e por este motivo jamais deixará de recompensar uma só que lhe rezemos.
Esta oração veio do Céu. A primeira parte, que contém os maiores louvores de Maria, foi Deus que pela boca do Arcanjo e de Sta. Isabel nô-la ensinou; a segunda parte, foi a Igreja santa de Deus que a pôs em nossos lábios para invocar seu patrocínio de Mãe e Medianeira, no tempo da vida, e sobretudo na hora decisiva e penosa de nossa morte.
Oração divinamente formosa, a Ave-Maria é o terror do Inferno e a alegria dos anjos; todas as almas verdadeiramente piedosas sentem inexprimível doçura ao recitá-la e repetem-na sem cessar.
Quanto seja do agrado de Nossa bendita Mãe esta oração, Ela própria o manifestou diversas vezes com maravilhas.
Ouvindo um sábado a Missa, Sta. Matilde disse à Virgem Maria: "O Mãe nada desejo tanto como invocar-Vos com a mais bela oração que tenha sido composta em vosso louvor".
No momento, a Virgem se lhe apareceu com a Ave-Maria escrita em letras de ouro no peito e disse-lhe: "Nunca uma criatura me invocou e invocará com uma saudação mais doce do que aquela com que, por ordem do mesmo Deus, o Anjo me saudou".
O beato Monfort afirmava que não conhecia melhor forma de saber se uma alma era predestinada, do que observar se gostava de rezar a Ave-Maria ou o Terço.
Uma alma santa, que muito sofrera na terra, aparecendo em grande esplendor depois de morta, disse estas palavras:
"A Saudação Angélica é tão agradável a Maria e tão meritória para as almas que se eu pudesse voltar à terra e recitar apenas uma Ave-Maria, sofreria outra vez com prazer tudo quanto já padeci, pois tanto é o mérito duma só Ave-Maria no Céu que com gosto se sofrem por ela as penalidades todas da vida".
Devoto servo de Maria, resolve-te desde hoje a recitar com mais frequência e devoção a Saudação Angélica.
Saúda a Mãe Celestial com esta oração quando ouvires o relógio dar as horas, ao entrar ou sair do aposento, a cada imagem, que encontres de N. Senhora e ao começar e terminar tuas ações. "Felizes, exclama S. Afonso, aquelas ações, que forem compreendidas entre duas Ave-Marias".
Mas sobretudo, pratica todos os dias de tua vida a devoção das Três Ave-Marias pela qual a Virgem prometeu a Sta. Matilde uma boa morte.
Antes de te deitares à noite e ao levantar-te pela manhã, ajoelha diante duma imagem de Nossa Senhora e reza-lhe as três Ave-Marias, para honrar seu poder, sabedoria e bondade.
Também é bela prática e muito do agrado de Maria a recitação do Anjo-do- Senhor pela manhã, ao meio dia e à noite.
Esta devoção lembra-lhe a Maria o mais delicioso e solene instante de sua vida, aquele em que foi exaltada à incomparável dignidade de Mãe do Redentor, esta recordação regozija-a e fá-la lembrar dos homens por cuja causa Deus a constituiu sua Mãe.
Escuta agora o exemplo seguinte, para melhor apreciares quanto Nossa Mãe celestial é extremosa para com aqueles com sabem invocá-la.
Lá pelos anos de 1696, morava em Barcelona um músico muito devoto de Nossa Sra. das Mercês,
Havendo perdido a vista e achando-se com isto muito aflito, cheio de filial confiança em Nossa Senhora, suplicou a outros músicos, seus companheiros, o levassem ao altar da Virgem das Mercês no seu templo em Barcelona. Ali, ajoelhado aos pés da devota imagem, rogou-lhe tivesse dele misericórdia e lhe fizesse mercê de recobrar a vista. Terminada a oração levantou-se, tendo já a vista perfeitamente restabelecida, com grande assombro de todos.
Bem mais do que a vista dos olhos é o valor da vista da alma para conhecermos em tudo qual seja o divino beneplácito. Roguemos a Maria que Ela seja sempre nossa luz e nossa guia nos incertos passos de nossa existência terrena.
Oração jaculatória, (para se repetir muitas vezes durante o dia): Ó Maria, que sem mancha entrastes no mundo, alcançai-me de Deus, a graça de sair dele sem culpa. (100 dias).
Reza a Nossa Mãe bendita das Mercês sete Ave Marias e uma Salve pela conversão dos pecadores. - Se deveras amas a Jesus tudo farás por levar-Lhe almas. Assim procederam os santos.
Gostava a beata Mariana de Jesus de procurar pessoas transviadas para as trazer ao bom caminho; como uma discípula lhe perguntasse por que se envolvia em vidas alheias e que alguns por isso a censuravam; "cala a boca, filha, disse-lhe a beata, não te incomodes com isso, que por converter uma alma mil vidas eu daria se as tivesse".
Devoção, bela entre as mais belas, esta do santo rosário de Nossa Senhora, e ainda acresce em formosura quando o recitamos em família.
"Entre todas as práticas de devoção, dizia o santo Pontífice Pio IX, nenhuma há, tão enriquecida de indulgências, favores e graças, nem tão recomendada pelo Céu, com tantos milagres como a devoção do santíssimo Rosário.
Nela deposito as maiores esperanças para o triunfo da Igreja e para a destruição das heresias, Meus filhos, clamava noutra ocasião o mesmo Papa, convido-vos a combater os males da Igreja e da sociedade, não com a espada, senão com o Rosário, Todas as noites rezai o Terço em família que esta é a devoção mais bela, mais fervorosa e mais rica em graças, dentre todas as devoções a mais agradável à Santíssima Virgem.
Amai o Rosário, reza-o com amor e devoção e seja esta exortação o testamento que vos deixo para que de mim vos lembreis".
Considera, alma piedosa, ainda outras excelências desta devoção. No Rosário meditamos os mistérios da vida de Jesus e de Maria.
O Rosário está composto das mais belas orações da nossa Santa Igreja Católica! o Padre-Nosso, que saiu dos lábios de Jesus; a Ave-Maria, composta pelo anjo, por Santa Isabel e pela Igreja, e a doxologia do Glória Patri, em louvor da Santíssima Trindade.
Pelo Rosário, piedosamente recitado, se obtêm inúmeras graças de Maria. O beato de Monfort acresce que a devoção do Rosário é sinal certo, de predestinação eterna.
Compreende-se por isto que o Rosário seja sempre, entre as devoções marianas, a mais estimada dos santos.
Tanto amava o Rosário o Venerável mercedário Frei José Aguayo, que o trazia sempre nas mãos, assim dentro como fora do convento. Cada dia rezava os quinze mistérios com tanto fervor e devoção que a Virgem Maria se lhe apareceu para consolá-lo na hora de sua morte.
É também de tua estima esta bela devoção?
Na Cruzada Espanhola foi o santo Terço o segredo de muitos heroísmos. "Recebemos o livro da Imitação de Cristo (escreve à sua esposa Honório Maura, filho do grande estadista Antônio Maura) e nele lemos todo dia pela manhã e recitamos à noite o santo Terço com os braços em Cruz,
Que formosa devia aparecer na prisão a figura daqueles homens com o Terço na mão e os braços abertos em cruz, em sinal de expiação e de redenção!"
Os heroicos defensores do Alcáçar de Toledo escrevem no seu Diário a 23 de Setembro. "Amanhã é a festividade de Nossa Senhora das Mercês, como não temos capela, todas as pessoas piedosas deverão prestar-Lhe homenagem rezando as vezes que puderem o santo Rosário". Nossa Mãe das Mercês ouviu- os piedosa, pois no dia de sua festa, avistaram as forças do General Franco que chegavam para libertá-los.
Valha por todos os motivos a palavra da mesma Virgem Maria que com amável insistência exortou aos pastorezinhos da Fátima para rezarem o Rosário cada dia, como remédio aos graves males de nosso tempo.
Feliz a alma que todos os dias coloca esta formosa grinalda de místicas flores na fronte de Maria e venturoso mil vezes o lar onde à noite, em volta do oratório doméstico, só congregam os membros todos da família para louvar a Mãe celeste e pedir-Lhe a proteção para a hora da morte.
Este lar ver-se-á livre de heresias e graves males: Maria considerá-lo-á como uma prolongação do lar de Nazaré e o Céu será a última recompensa dos seus felizes moradores.
Grande foi sempre a devoção que, como boa mercedária, professava a N. Senhora a Beata Mariana de Jesus.
Desde a infância venerou-a como a Mãe dulcíssima e durante a vida experimentou sua maternal ternura em inúmeras finezas desta Senhora. O Rosário era sua devoção cotidiana e foi o mesmo Jesus quem se dignou manifestar-lhe o quanto era de seu agrado esta prática. Escuta como a mesma Mariana refere o sucesso. "Estando eu um dia recitando o Rosário de Nossa Senhora, segundo era meu costume, com grande consideração e devoção, pareceu-me ver a Nossa Senhora com o Menino Jesus nos braços. Acabando de rezar o Rosário, coloquei-o no pescoço do benditíssimo Jesus.
Passados alguns dias, estando também no mesmo exercício pareceu-me que era ousadia pôr o Rosário no pescoço do Menino Jesus e pendurei-o nos seus benditos pés, então o Menino Deus tomou o Rosário e o pôs Ele mesmo em seu benditíssimo pescoço. Vê-se por aqui, diz a beata, quanto agrada a este Senhor que rezemos o Rosário de sua Mãe Santíssima com devoção e humildade".
Oração jaculatória, (para se repetir muitas vezes durante o dia): Santa Virgem Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, falai por nós ao Coração de Jesus, vosso Filho e nosso irmão. (100 dias).
Faze com perfeição todas as ações de amanhã, - É grande meio para aproveitar na piedade propor cada dia a santificação de todas as nossas ações. "Aproveitar-me-ei do momento presente, seja com sucessos agradáveis ou desagradáveis, para amar neles a Deus quanto possa, gozando em cumprir sua santíssima vontade". (Me. Maturana)
Já assististe alguma vez, porventura, a uma Salve sabatina cantada numa igreja mercedária? Espetáculo impressionante e inesquecível para os que uma vez o presenciaram!
Ao cair da tarde o sino conventual congrega os religiosos na sacristia. Os fiéis acorrem também à Igreja para unir-se à oração dos religiosos. Precedidos pela cruz processional vão estes, em amplas e cândidas vestes e com tochas acesas nas mãos, saindo da sacristia e colocando-se ao longo da igreja em duas alas que parecem de serafins.
Vem, ao final, com dois acólitos o oficiante revestido de capa pluvial para benzer e incensar aos religiosos assistentes. Modula o órgão seus primeiros acordes e os cantores entoam a Salve Rainha. Os assistentes caem todos de joelhos e erguem-se em seguida, respondendo com aquele imenso, Mãe de misericórdia, vida, doçura, esperança nossa. No céu julgaras estar se a realidade da vida não te acordasse de novo. A Salve prossegue e só Deus sabe com que inaudita força ecoam no Céu aquelas palavras: A Vós suspiramos gemendo e chorando neste vale de lágrimas. Eia pois, Senhora, advogada nossa, esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei".
E deixando-nos na boca sabor do Céu termina-se com inexprimível dulçor: Ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria".
Não assombra que muitas almas mundanas se tenham comovido profundamente até se converterem a Deus, só com assistirem à Salve sabatina.
Um jovem, que mais logo havia de encher os conventos com o aroma de suas virtudes e o extraordinário de suas penitências, entrou um sábado na igreja das Mercês de Quito, na hora precisa em que os religiosos entoavam a Salve.
Esta terminada, viu o jovem que a imagem das Mercês a cada religioso em sua passagem para a sacristia e, quando havia passado o último, convidou-o também a ele para seguir a comunidade. Admitido mais tarde na Ordem foi logo Frei Pedro Urraca, tal era o seu nome, um exemplar de toda santidade.
Mas, não apenas a bela encenação litúrgica de que se reveste o canto da Salve o que produz tão profundas comoções nas almas. A parte mais importante nestes efeitos pertence sem dúvida à inefável beleza desta oração.
A Salve-Rainha composta pelo Arcebispo compostelano S. Pedro Mesonzo, representa o clamor de todas as gerações humanas, que, em meio das aflições e riscos que a vida oferece, invocam à Mãe de misericórdia, Maria, sua doçura nos pesares e sua âncora de salvação.
A Salve é o canto de esperança do desterrado que suspira pela pátria celeste; é a prece confiada de todos os que neste vale de lágrimas a Ela volvemos nossos olhos suplicantes para pedir-Lhe que na vida nos acompanhe sua misericórdia e na hora da morte nos leve a Jesus, o fruto bendito de seu ventre.
Não, no riquíssimo eucológio cristão, não se acha súplica mais consoladora, oração mais doce, que a Salve-Rainha. Ela enche o coração de indizível doçura e esperança. Recitada com pausa e fervorosamente, derrama em nossas almas um bálsamo que tudo mitiga e leva uma suave paz à alma.
A Igreja introduziu esta oração no Ofício Divino dos sacerdotes e ao final da Santa Missa. Todos os institutos religiosos estabeleceram a sua frequente recitação em comum. S. Bernardo e Sto. Afonso de Ligório nos legaram páginas das mais belas da ascética cristã, comentando esta oração.
Também tu, alma predestinada, faze desta súplica o recreio de teu espírito, uma de tuas preces favoritas.
Para que vejas com quanta presteza esta Mãe das Mercês e misericórdia volve seus piedosos olhos para os que confiadamente a invocam, escuta o seguinte exemplo.
Uma seca pertinaz, tão frequente nas províncias do sul da Espanha, flagelava a cidade de Jerez de la Frontera cuja Padroeira é desde a Idade Média a Virgem das Mercês.
Como tantas outras vezes em casos similares, os jerezanos recorrem à sua Mãe Celestial. Levam a imagem processionalmente pelas ruas da cidade cantando as ladainhas,
Uma professora de pouca fé disse irônica a suas alunas: "Pois é, agora sim que vai chover"... Ela não acreditava; naquela noite, porém, uma chuva copiosa veio fertilizar os campos de Jerez.
Pela manhã as alunas vão ter com a professora. Esta sai ao encontro delas e, pálida e emocionada, disse-lhes: "Esta noite acordei sobressaltada ao contato duma mão suave e fria que se encostava à minha face e escutei dizer: "Minha filha, ouves como chove"? e naquele momento ouvia a chuva bater na minha janela.
Transcorreram os anos e aquela jovem, bem mais cheia de fé em nossa Senhora, fez-se religiosa e mudou seu nome de Helena pelo de Mercês, em sinal de gratidão à que tinha sido causa de sua conversão.
Oração jaculatória, (para se repetir muitas vezes durante o dia): Ó Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós. (100 dias).
Promete rezar sempre lentamente as orações vocais, meditando as palavras que pronúncias. - A Beata Eulália, cisterciense, perguntou-lhe certa vez Nossa Senhora Dormes Eulália? - Não durmo, Senhora minha, mas como Vos dignais de visitar a esta pecadora? Não temas, Eulália, foi apenas para dizer-te que se quiseres me agradar não deves rezar tão depressa a Ave-Maria.
Nada há na terra mais santo, nada mais divino do que a Santa Missa.
Desde o nascente ao poente, diz o Senhor por Malaquias, é grande o meu nome entre as nações e em todo lugar se sacrifica e oferece ao meu nome uma pura oferenda. (Malach. 1, 11).
Jesus é a hóstia que Malaquias profetizava a qual, continuamente e em inúmeros lugares, se oferece na santa Missa Jesus-Cristo ofereceu-se a Deus Pai na cruz para nossa redenção, contudo, como o seu sacerdócio não deva acabar com a sua morte, na última ceia e na mesma noite em que ia ser entregue, quis deixar à sua amada Esposa, a Igreja, um sacrifício visível, consoante o requer nossa natureza, que reproduzisse o cruento sacrifício que ia consumar uma só vez na cruz.
Sublime mistério de fé! Portento de bondade divina! Jesus Cristo reinando triunfante e glorioso à mão direita do Pai, imola-se ao mesmo tempo em nossos altares pela mão de seus sacerdotes.
Com a piedade e a reverência de anjos deveríamos assistir ao santo sacrifício. "Quando vires, ó cristão, exclama S. Crisóstomo, o Senhor imolado, o sacerdote no altar e o povo que o rodeia tinto e rubro daquele sangue preciosíssimo, não mais creias estar na terra entre os mortais, mas considera-te transportado ao Céu, vendo em para fé tudo o que ali se passa".
A santa Missa com a comunhão são os atos por excelência do culto cristão. Com eles glorificamos a Deus e dele obtemos tudo que precisamos.
Sabe, alma piedosa, que o valor duma Missa é infinito mas que a nós só nos é aplicado na medida de nossa devoção, Por este motivo, uma missa ouvida com piedade e fervor pode valer por milhares de outras ouvidas sem estas disposições.
Para aumentar a nossa devoção e os nossos méritos na Missa e Comunhão, unamo-nos a Maria nesses atos, suplicando-lhe nos empreste suas próprias santíssimas disposições.
Também tu, alma predestinada, faze desta súplica o recreio de teu espírito, uma de tuas preces favoritas.
Para que vejas com quanta presteza esta Mãe das Mercês e misericórdia volve seus piedosos olhos para os que confiadamente A invocam, escuta o seguinte exemplo.
Uma seca pertinaz, tão frequente nas províncias do sul da Espanha, flagelava a cidade de Jerez de la Frontera cuja Padroeira é desde a Idade Média a Virgem das Mercês.
Como tantas outras vezes em casos similares, os jerezanos recorrem à sua Mãe Celestial. Levam a imagem processionalmente pelas ruas da cidade cantando as ladainhas,
Uma professora de pouca fé disse irônica a suas alunas: "Pois é, agora sim que vai chover"...
Ela não acreditava; naquela noite, porém, uma chuva copiosa veio fertilizar os campos de Jerez.
Pela manhã as alunas vão ter com a professora. Esta sai ao encontro delas e, pálida e emocionada, disse-lhes: "Esta noite acordei sobressaltada ao contato duma mão suave e fria que se encostava à minha face e escutei dizer: "Minha filha, ouves como chove"? e naquele momento ouvia a chuva bater na minha janela.
Transcorreram os anos e aquela jovem, bem mais cheia de fé em nossa Senhora, fez-se religiosa e mudou seu nome de Helena pelo de Mercês, em sinal de gratidão à que tinha sido causa de sua conversão.
Oração jaculatória, (para se repetir muitas vezes durante o dia): Ó Maria, concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós. (100 dias).
Promete rezar sempre lentamente as orações vocais, meditando as palavras que pronúncias. - A Beata Eulália, cisterciense, perguntou-lhe certa vez Nossa Senhora - Dormes Eulália? - Não durmo, Senhora minha, mas como Vos dignais de visitar a esta pecadora? Não temas, Eulália, foi apenas para dizer-te que se quiseres me agradar não deves rezar tão depressa a Ave-Maria.
Deus não nos concede o tempo por anos e por meses, mas por dias e instantes.
Cumpre pois santificar o dia e o instante presente e não cuidarmos do que ainda não está ao nosso alcance
Se queres, alma piedosa, avançar velozmente no caminho da santidade faze bem tuas práticas de cada dia, santifica os trabalhos e sofrimentos cotidianos.
O Amanhã não está em tuas mãos.
Ontem já passou e de Ontem as dores passaram-se também, restam-te apenas as graças obtidas na oração e o valor de tua paciência
Breve é um dia, não quererás passa-lo em união com Jesus e Maria?
Para auxílio de tua memória vou resumir em três palavras as práticas dum dia mariano, são estas: Lembrança, Invocação e Imitação
Andar continuamente na presença de Maria; invoca-la com súplicas e orações; e imitar suas virtudes e vida santíssima
Com efeito, na presença de Maria, sob o seu olhar maternal, ousarias cometer advertidamente um pecado?
E doutra parte, pensando que Maria te olha a coragem para tudo enfrentares no caminho da santidade se multiplica, e nada nem ninguém poderá arredar-te desta senda.
Finalmente, rezando, trabalhando e sofrendo, com o pensamento pôsto na Rainha dos corações, nosso afeto cresce, e nossas ações são muito mais meritórias,
Caminha, pois, sob o olhar de tua Mãe carinhosa durante o longo da jornada, que se assim procederes, Maria, por sua vez, não te abandonará mais, ajudar- te-á em todos os trabalhos e tê-la-ás sempre pronta com seu auxílio nos momentos oportunos.
Nenhum obséquio será mais do agrado de Maria do que sua imitação e prática nenhuma será também mais eficaz para modificar nossa vida.
Se não for tua pouca fé ou falta de vontade, nenhuma desculpa acharás para não a imitares, porque Maria nada fez humanamente extraordinário. Sua vida no exterior limitou-se a cumprir fielmente seus deveres de Virgem, Esposa e Mãe.
Levando vida oculta e simplicíssima em Nazaré, trabalhava, sofria e orava continuamente.
Não podes tu fazer o mesmo? A imitação de tua Mãe celestial, trabalha no fiel cumprimento de tuas obrigações, sofre com paciência as provações e cruzes que Deus te envia e ora muito, ora constantemente, como Jesus e Maria te ensinaram.
Em tal forma se grave o amor a Nossa Senhora em teu coração que, como querem as constituições mercedárias, durante o dia "nada haja em tua boca, nada em teu pensamento ou em tuas ações que não respire Maria. Nada seja do teu agrado sem Maria, nem te desagrade com Maria, e as ações todas começa- as e executa-as em nome de Maria".
Vê, agora, no exemplo seguinte, quanta era a confiança em Nossa Mãe das Mercês daquele terciário Domingo Valdés de que nos fala o Pe. Rencoret.
Uma noite sua esposa acorda ouvindo barulho na loja que possuíam. - Ladrões diz a esposa alarmada. - Que dia é hoje?, pergunta calmo Domingos - Sábado - Então não há cuidado, impossível me parece que nossa Mãe permita que hoje me roubem. No dia seguinte, acharam três ladrões dormindo junto do buraco que eles mesmos praticaram na parede.
Desde então Domingos Valdés não cessou de oferecer esmolas para levantar o templo atual das Mercês na cidade de Santiago do Chile.
Oração jaculatória, (para se repetir muitas vezes durante o dia): O Maria, Mãe de Deus e Mãe de misericórdia, rogai por nós e pelas almas do purgatório (100 dias).
Entregar a Maria a administração da casa e interesses. - Santa Teresa, nomeando a Virgem como superiora e pondo-lhe aos pés as chaves do convento, saiu vitoriosa de gravíssimas e inumeráveis dificuldades.
Nossa Mãe Celestial é o dom precioso que Jesus nos levou no momento de sua morte. Testamento de amor infinito que nunca bem agradeceremos.
Jesus está suspenso na cruz, prestes já a entregar sua alma nas mãos do seu Pai; Maria acha-se num oceano de divino. Jesus abre seus lábios moribundos e profere aquelas palavras que pelas idades em fora ecoarão sempre como palavras de amor a Maria e legado de amor para a humanidade: "Senhora, eis aí vosso filho" e dirigindo-se a João: "Eis a tua Mãe".
Oh! sim!. Virgem Santíssima, Vós sois a nossa Mãe, nossa advogada, nossa força e nosso refúgio. Vós sois o último rasgo da ternura de Jesus para conosco,
Mas como podemos mostrar a Jesus o nosso reconhecimento por este dom? Muito facilmente. Cumprindo apenas os desígnios que Ele teve ao fazer-nos esta doação. Ele nos deu Maria que com amor de Mãe extremosa se dedica a procurar em tudo nosso bem; dediquemo-nos nós também, como filhos amantíssimos, no seu serviço; depositemos nela nossa confiança; atiremo-nos em seus braços maternais e tudo deixemos aos seus cuidados.
Muito gosta esta Mãe dedicada das almas que confiadamente se lhe entregam. "Recordo-me, escreve Santa Teresa de Jesus, de que ao tempo em que morreu minha mãe tinha eu a idade de doze anos, ou pouco menos.
Quando principiei a entender o que havia perdido, muito aflita fui a uma imagem de Nossa Senhora e supliquei-lhe com muitas lágrimas que me servisse de Mãe.
Penso que esta prece, ainda que feita com simplicidade, me tem valido, porque conhecidamente com esta Virgem soberana me tenho achado em tudo que lhe encomendo e finalmente me converteu a Si".
Desde agora, pois, se ainda o não fizeste, consagra-te inteiramente a Jesus por Maria. Dá ao amável Jesus teu Redentor, o primeiro lugar em teu coração e a Maria o segundo, muito perto de Jesus, tão perto como na vida e no afeto se acham o Filho e a Mãe.
Na escola de Maria e a Ela dedicada, aprenderás a amar a Jesus, Ama a Maria, isto é, a tua Mãe, obedece em tudo a Maria, sê fiel a tuas promessas, especialmente, confia em Maria.
Se assim procederes, esta doce e amorosa Mãe acolher-te-a por sua vez, sob seu manto protetor, seu coração materno terá para ti ternuras inefáveis, carregar- te-á em seus braços, defender-te-á dos teus inimigos e, ao fim, conduzir-te-á segura ao porto de saúde.
Também a Beata Mariana de Jesus se consagrou desde em mãos a infância a Nossa Senhora das Mercês e assevera ela que desde então experimentou visivelmente a proteção de Maria.
Já maior, teve certa vez uma grave doença chegando a ser desenganada pelos médicos. Estando nesta situação "fiquei adormecida, diz a santa, deixando tudo em mãos de Nosso Senhor e de sua Mãe santíssima, mas como sua Majestade não dorme e sempre vela por nós, despertou-me na hora da oração da manhã. Sentindo-me interiormente admoestada que me levantasse da cama, fi-lo e, prosseguindo a oração, vi em espírito como estava sã. Levantei-me e vesti-me e subi logo a escada para ver a meus pais e irmãs.
Grande foi a admiração que lhes causou vendo esta maravilha que de repente nosso Senhor em mim obrara e nossa Senhora das Mercês; à qual eu na oração havia visto, e assim logo eu e minha mãe, fomos à capela agradecer a Nossa Senhora estes favores consoante nossa pequenez".
Oração jaculatória, (para se repetir muitas vezes durante o dia): Minha Mãe amabilíssima, quero amar-Vos muito.
Venera sempre os padres, ora e sacrifica-te por eles. Eles são os Ministros de Deus e quem os ouve a Jesus ouve e quem os despreza, a Jesus despreza. "Rezem pelos sacerdotes" pedia, em seu leito de morte, Jacinta a pastorinha de Fátima.
É comum entre as almas piedosas, a prática da simples consagração ou oferecimento a Maria pela qual se colocam sob a proteção de Nossa Senhora, como a criança sob a tutela de sua Mãe, para granjear seu amor e receber suas finezas. Mas as almas proficientes, sequiosas de mais elevada perfeição, acrescem a Consagração perfeita à Mãe Celestial pela qual se dão a Ela em qualidade de escravas para serem inteiramente de Jesus por Maria.
Chama-se esta prática a Santa Escravidão Mariana a qual, Deus seja louvado, está hoje produzindo uma renovação e acréscimo da verdadeira piedade no mundo cristão.
Para as almas devotas de nossa Senhora sob o belo título das Mercês há de ser esta prática de particular estima e reverência pois é de larga tradição nas Irmandades mercedárias, nas quais, desde vários séculos, tem produzido preclaros frutos de santificação. Muitas confrarias, em tempo passado, adotaram o título de Escravidões de N. Senhora das Mercês.
Consagrar um objeto é dedicá-lo a Deus de modo que já não mais possa ser utilizado em usos profanos.
Uma vez consagrado a Maria, a Ela ficas dedicada, não voltes o olhar atrás; teu corpo e tua alma, tuas potências e sentidos, em coisa nenhuma se hão de ocupar que não seja do agrado de Maria e para o seu serviço. Que primores Maria em tua alma executará, se assim te houveres a Ela dedicado!
A prática da Santa Escravidão Mariana consta de dois elementos: primeiro um ato de consagração total a Jesus por Maria; segundo, um estado de consagração que nos coloca numa plena, inteira e perfeita dependência da vontade de Maria a exemplo de Jesus em Nazaré.
Em virtude desta consagração, reconhecemos os direitos de Maria que é Mãe de Deus e Senhora nossa e é do seu agrado e serviço que a Ele nos entreguemos como escravos.
Seguimos o exemplo de nosso Salvador que, para nos ensinar, viveu submisso a Maria durante trinta anos.
Finalmente, recebemos abundantes graças de santificação, pois, sendo Ela Corredentora do gênero humano e distribuidora de todas as graças, nô-las confere em tanto maior abundância, quanto vivermos mais unidos a Ela e nela depositarmos maior confiança.
Ora, o escravo de Maria já não mais se pertence pois, renunciando a todos os seus direitos, entregou-se confiadamente nas Mãos desta Senhora e Ela o considera como coisa e propriedade sua.
Quem não se prezará, exclama o apóstolo desta devoção Frei Pedro de la Serna, mercedário, de tão doce e honrada escravidão?
Quem haverá que não pretenda com todas as suas forças e meios ao seu alcance levar no peito e no coração o sinal de escravo, que tão ditoso o há de tornar? Quem não procurará servir a tão fidalga e agradecida Senhora, que, nesta vida tem tantos tesouros de graças e a glória na outra, com que premiar os seus escravos, pois todos os de Jesus dela o são também? Deus nos dê sua luz e sua graça para entender estas verdades e delas persuadidos fazer o que tanto é de nossa obrigação".
"Feliz e mil vezes feliz, diz o beato de Monfort, é a alma que com toda liberalidade se consagra totalmente a Jesus por Maria na qualidade de escrava de amor, depois de ter pelo batismo sacudido a escravidão tirânica do demônio".
Do venerável Pe. Francisco Martinez, que durante largos anos foi Presidente da Escravidão de Nossa Senhora das Mercês de Huete e fervoroso propagandista desta devoção, conta a história que sua vida era permanecer na igreja o dia todo e boa parte da noite orando e fazendo penitência, Professava à sua Mãe bendita uma singular devoção, com Ela entretinha frequentes colóquios, recitava-lhe cada dia o Rosário completo e outras numerosas orações e regalava-se com fervorosas jaculatórias que constantemente dirige-a à sua querida Mãe, Nossa Senhora tratava-o com maternal solicitude e falava-lhe por sua imagem com voz doce e perceptível.
Na hora da morte ao Céu levou seu servo, enchendo, como prova de sua santidade, a sala mortuária de celestial fragrância.
Devoto servo de Maria, se já tens a dita de trazer piedosamente o escapulário das Mercês, completa tua devoção mercedária fazendo a consagração perfeita à celestial Mãe. Ela te ama e acena do Céu para que assim o faças.
Oração jaculatória, (para se repetir muitas vezes durante o dia): Maria, eu sou vosso, salvai-me.
Não passar dia algum sem oferecer à Virgem tua família e dependentes. Um dia oferecia-lhe São José de Calazanz os meninos das Escolas Pias quando lhe apareceu com o Menino Jesus nos braços dando ao santo e aos discípulos sua preciosa bênção.
O santo escapulário é a divisa dos devotos de Maria. Está hoje muito generalizado entre os membros de organizações políticas, esportivas e culturais o uso de distintivos próprios. Os filhos de Maria, os membros de suas associações, têm também seu distintivo que é o santo escapulário ou a medalha.
Por ele os conhece sua Mãe bendita e o demônio teme acercar-se lhes.
Uma jovem foi confessar-se com o santo Cura d'Ars. Ele lhe perguntou se não tinha assistido a certa dança; ela respondeu que sim. Disse-lhe então aquele santo sacerdote: "Naquela ocasião, um jovem de exterior agradável e a quem ninguém conhecia, pois que era o próprio demônio, apresentou-se na sala e dançou com as moças.
Tu também o desejavas mas ele nem te olhou nem ao menos te procurou; e sabes por que? O santo escapulário que devotamente trazes por amor a Maria te livrou". A jovem confirmou os fatos e resolveu logo fazer-se religiosa.
Os incrédulos desprezam o escapulário; os mundanos zombam dele, mas os fiéis ilustrados piedosos o amam e veneram porque nossa santa Igreja o recomenda vivamente à devoção dos fiéis.
Ao recebermos publicamente, no altar de Maria, o santo escapulário, damos uma prova de nossa dedicação ao culto desta Senhora. e A honramos trazendo pendente dos ombros esta insígnia.
Por isso esta externa manifestação de nossos sentimentos será sempre muito do agrado da Santíssima Virgem.
Além disto, o escapulário é para nós um de defesa e uma fonte inexaurível de graças, pois trazendo-o continuamente conosco torna-se uma homenagem e oração permanente. Em qualquer lugar que o acharmos, seja o que for que façamos, Maria estará sempre presente pelo escapulário, A toda hora o escapulário Lhe falará por nós, nos recomendará à sua ternura maternal, dir- Lhe-á que A amamos e que nEla depositamos nossa confiança.
Nossa Mãe das Mercês nos conceda a graça de trazê-lo sempre com devoção e de que a morte nos ache com ele sobre o nosso peito.
Foi a mesma Virgem Santíssima quem do Céu nos trouxe o branco escapulário das Mercês.
Um quarto de século, apenas, após a fundação da Ordem mercedária, aparece num documento o Prior de Barcelona que, dando o hábito ao dosado Bonifácio, disse-lhe estas palavras: "Eis o hábito de Santa Maria que prometeste vestir.
Queres recebê-lo?" Como se vê por estas palavras, não se tratava simplesmente de um Hábito qualquer de religioso mas do hábito de santa Maria, daquele que a própria Virgem Santíssima comunicara a São Pedro Nolasco na noite de dois de Agosto de 1218.
O branco hábito das Mercês é também símbolo da pureza imaculada de Maria e tanto dele se agrada esta Senhora que em múltiplas ocasiões fez aparecer os anjos do Céu com este hábito.
Assim, São Pedro Nolasco, viu os anjos no coro de Barcelona, cantando as matinas, presididos por sua celestial Rainha, em hábito mercedário. A Santa Igreja concedeu à Ordem mercedária celebrar esta aparição, com ofício e missa própria, no dia 25 de setembro.
Assistido de um coro de anjos, com o hábito das Mercês, o mesmo Jesus Cristo levou a santa hóstia a S. Raimundo Nonato na hora da morte. E com este hábito também apareceu o arcanjo S. Rafael no Convento de Arguines, para livrar da peste aos religiosos enfermos.
O santo bispo Frei Juan de la Calle, amava tanto seu santo escapulário que com frequência o beijava e o, chamava de "escada para subir ao Céu". Com ele abraçado estreitamente contra o peito entregou sua alma a Deus.
Contempla agora no exemplo seguinte, quanto gosta Maria de manifestar-nos sua proteção por meio do santo escapulário. Regressava do México para Espanha uma família muito religiosa de Navarra; antes, porém, de partir do México, foram despedir-se do seu amigo, o Pe. Barguichain, Provincial dos mercedários.
Este ofertou-lhes dois escapulários das Mercês dizendo-lhes que, se tivessem algum risco de naufrágio lançassem um escapulário ao mar, e se a tempestade não cessasse, lançassem o outro.
Antes mesmo de saírem das Antilhas desencadeou-se um forte temporal que pôs em grave perigo o navio e encheu de pavor os passageiros e a tripulação. Lembrou-se então a senhora Albéitar, tal era o nome daquela família, da recomendação do padre mercedário; jogou ao mar um dos escapulários, mas a tempestade continuava. Então, encomendando-se junto com a família, com mais fervor a N. Senhora das Mercês, jogou ao mar o segundo escapulário e logo seguiu-se grande bonança.
Oração jaculatória, (para se repetir muitas vezes durante o dia): Maria, meu refúgio, salvai-me.
Recebe o escapulário se ainda o não fizeste e traze-o sempre com devoção - O escapulário é como um bilhete para o Céu. A quem sempre o levar devotamente, abrir-lhe-á as portas do Paraíso. Aprecia muito as inúmeras indulgências anexas ao uso do escapulário das Mercês.
Dura é a luta que temos de travar contra os inimigos de nossa alma, e o escapulário é o escudo que detém seus dardos. Ele é o distintivo dos filhos prediletos de Maria; pelo escapulário, Ela conhece aqueles que lhe são dedicados e toma-os sob sua maternal proteção.
O nome de Maria é terrível aos demônios e não menos terrível é sua sagrada divisa pendurada no peito e nas costas daqueles que lhe são consagrados.
Com o escapulário de Maria, levado devotamente, nada temos a recear do inimigo na vida nem na morte.
Ao venerável João Molina foi revelado que ainda ninguém se condenara com o hábito mercedário, Certamente que Maria não poderá nunca deixar em mãos de seu inimigo aquele que estiver assinalado com seu alvo distintivo, A Ela se entregou e Ela o defenderá como coisa de sua propriedade.
Ó homens de pouca fé, que com ânsias e sacrifícios incontáveis, procurais as distinções honoríficas humanas e entretanto vos envergonhais e corais de ostentar em vosso peito um escapulário que é a divisa da mais poderosa e mais amável Rainha do universo!
Ficai, ficai lá a chocalhar vossas condecorações; a mim deixai-me trazer com santo orgulho o santo escapulário; deixai-me que no amorável recesso de minha cela eu o leve piedosamente a meus lábios e com amor e gratidão o beije, pois que ele me fala de minha bendita Mãe; deixai-me traze-lo sobre os ombros até o termo da longa e perigosa caminhada desta vida, que êle continuará a ser para mim defesa e consolação em todas as vicissitudes da minha existência.
A Virgem Santíssima, para estimular nossa confiança, quis manifestar em múltiplas ocasiões o poder do seu escapulário, ainda nas necessidades da ordem temporal, Cheias estão as histórias mercedárias dos prodígios operados e da proteção dispensada por nossa Mãe das Mercês em tempestades, terremotos, pestes, secas e outras calamidades públicas.
O venerável Padre Antônio Centenero impôs o escapulário a uma pessoa que se achava enferma e frenética; de repente ela ficou calma, recebeu os sacramentos e viu-se inteiramente livre da terrível doença. Inúmeras curas de enfermos obrou também o venerável João Ordónez com aplicar-lhes apenas o santo escapulário.
Correndo o ano de 1812 lutavam os Argentinos por obter sua independência. O General Manuel Belgrano, devotíssimo da Virgem das Mercês, fazia que suas tropas levassem sempre nas operações militares o estandarte desta Senhora.
A 24 de setembro, dia em que a Igreja celebra a festividade de N. Sra. das Mercês, teve um encontro com o inimigo, na tomada de Tucuman.
As forças de Belgrano eram inferiores em número e apetrechos militares; mesmo assim, o heróico e piedoso General, artes da batalha prostrou-se diante da imagem das Mercês, e, confiando a Ela suas tropas, entrou na batalha obtendo uma vitória decisiva sobre os seus inimigos. A imagem das Mercês da cidade foi então levada triunfalmente em procissão, à qual, o próprio Belgrano se incorporou com uma divisão de a cavalo. A certa altura o general se detém junto do andor; este é abaixado o suficiente e Belgrano deposita a espada da vitória a nas mãos da sagrada imagem, proclamando, ao mesmo tempo, com grande entusiasmo e emoção de todos os fiéis, Generala do Exército Argentino a Nossa Senhora das Mercês.
Numa placa de bronze colocada no frontispício da igreja mercedária de Córdoba acham-se gravadas, para eterna memória, as seguintes notáveis palavras duma carta de Belgrano ao general San Martin:
"Cuide que o exército tenha o estandarte de nossa Senhora das Mercês e que a chamem sempre de Nossa General, e não esqueça os escapulários da tropa. Deixe Vossa Senhoria que alguns mofem disto; os bons efeitos compensá-lo-ão do riso dos mentecaptos que só superficialmente veem as coisas. Isto diz-lho seu verdadeiro e fiel amigo Manuel Belgrano".
O próprio San Martim, não menos piedoso que Belgrano, chamava docemente a Maria de Nossa Mãe e Senhora das Mercês. "Cante-me novidades da Europa, pedia o Libertador a D. Tomás Guido, dedique a seu amigo meia hora cada correio, qual Deus Nossa Mãe e Senhora das Mercês, lhe pagarão". Da mesma terna e filial linguagem para com Nossa Senhora usava San Pueyrredon em sua correspondência com o Libertador Martin.
Nestes tempos de frieza e covardia religiosa, que edificante aparece esta fé ilustrada e sincera e este desassombro e coragem para confessá-la perante o mundo!
Oração jaculatória, (para se repetir muitas vezes durante o dia):O Maria, minha terna Mãe, aumentai minha confiança em Vós.
Dizer com toda a confiança a oração "Lembrai-vos, etc. Com esta oração obteve o apostólico varão P. Bernardo, a conversão de muitos facínoras obstinados e até a de um que lhe dera um pontapé, lançando-o da escada do patíbulo.
Por sem dúvida que honramos a Maria e é muito de seu agrado trazer-nos devotamente seu escapulário de dia e de noite.
Não devemos porém, contentar-nos com isto. É de grandíssimo proveito para nossas almas consagrar-nos mais particularmente ao serviço de Nossa Senhora tomando parte na Confraria das Mercês,
Com efeito. Nada há mais belo em nossa religião que a fraternidade cr stä, Somos filhos de nosso amoroso Pai Celestial, irmãos de Jesus e filhos também da Virgem Imaculada. O divino Mestre quer-nos formando uma unidade de amor tão estreita como a que existe entre Ele, o Pai e o Espirito Santo. Nosso ideal há de ser um só coração e uma alma só,
As Irmandades, como o próprio nome indica, favorecem muito o espírito de amor fraterno e portanto de verdadeira religião e piedade.
A Igreja recomenda muito encarecidamente as confrarias de fiéis e as enriquece com copiosos tesouros de graças e de indulgências.
O grande pastor de almas que foi S. Carlos Borromeu ordenava aos confessores que incitassem os fiéis a entrarem nalguma confraria.
O mesmo fazia S. Afonso o qual afirma que se acham mais pecados num homem que não pertence a nenhuma Confraria do que em vinte que as frequentam.
Na confraria, unindo aos de nossos irmãos os nossos esforços, podemos honrar a Maria com um culto público muito mais eficaz.
A Confraria vela assiduamente pelo bem espiritual de seus membros e todos nela se comprometem a amar a Deus e a Nossa Senhora e a fazê-Los mais amados por seus irmãos.
Os irmãos duma confraria conhecem-se entre si, um laço particular os une, eles se entreamam e procuram, pelo bom exemplo, pelos conselhos, pelas correções fraternas e pelas frequentes orações, aproveitar reciprocamente no caminho do bem.
Jesus prometeu sua particular assistência à oração feita em comum. "Onde dois ou três se congregarem a orar em meu nome, ali estou em me o deles", para ouvi-los e despachar suas preces. Nas confrarias são muito frequentes as orações e exercícios em comum.
Por este motivo, muito difícil se torna que uma alma, consagrada a Nossa Senhora, na Irmandade e assistida continuamente pelas preces dos confrades, possa se perder.
Na outra vida, quantas almas veremos que abandonarem o mau caminho e salvaram a alma mercê duma palavra doce, dum aviso fraterno e sobretudo das súplicas dos irmãos da Confraria. E a quantas outras lhes terão sido abreviadas as penas no purgatório, pelos sufrágios que em abundância as Confrarias oferecem a Deus por seus finados.
A Virgem Santíssima, Mãe de todos os cristãos, olha com particular afeto aqueles que formam parte dos institutos a Ela consagrados ou de suas associações.
Eu mesmo sou testemunha de vários casos em que pessoas, que se achavam em qualquer grave necessidade, prometeram a nossa Senhora inscrever-se na Confraria ou entrar em religião, se os livrasse daquela dificuldade e foram logo atendidas suas preces.
A confraria do santo Escapulário das Mercês deve provocar nas almas pias, sentimentos e desejos semelhantes aos que a vista do convento mercedário de Bonária produzia no angelical adolescente Antônio Pisano, "
Sabes mãe, dizia à sua progenitora, que este é o meu convento e a casa em que sempre ambicionei morar.
Esta é a mansão da Virgem de Bonária e das Mercês a quem eu amo sem igual. Onde poderíamos achar lugar mais formoso do que este, nem mais cheio de virtudes, nem mais fragrante de santidade?
Basta dizer que a Fundadora desta Ordem das Mercês é a mesma Virgem Santíssima que desceu do Céu para salvar a tantos pobres e infelizes cristãos, da mais dura escravidão, mediante esta Ordem por Ela instituída".
Se ainda não pertences à Confraria, apressa-te a ingressar e se já formas parte dela agradece vivamente esta grande mercê de Nossa Mãe,
Oração jaculatória, (para se repetir muitas vezes durante o dia): Minha Rainha e minha Mãe; lembrai-vos que sou vosso, guardai-me e defendei-me como coisa e propriedade vossa (40 dias).
Falar, sempre que a ocasião se oferecer, da devoção a Nossa Senhora para mover outras almas a tal bem.
Testemunhas da beatificação, da Beata Mariana de Jesus, afirmam que não achavam palavras com que exprimir o fervor e entusiasmo da Beata, quando falava da devoção a Nossa Senhora.
As Ordens Terceiras são, entre as associações piedosas de fiéis, as mais recomendadas pela Santa Igreja Católica. Elas têm a preferência sobre todas as confrarias, sodalícios, congregações marianas e pias uniões.
A razão disto é porque as Ordens Terceiras requerem um teor de vida e uma prática da perfeição que não são exigidas pelas outras associações.
O Código de Direito Canônico assim as define:
"Terciários seculares são aqueles que, sob a direção de alguma Ordem religiosa e de acordo com o espírito dela, vivendo no meio do mundo, tendem à perfeição cristã de modo acomodado ao seu gênero de vida secular".
Quer isto dizer que as Ordens Terceiras seculares vêm a ser como uma mitigação ou acomodação da vida regular, feita em favor daquelas almas que, sequiosas também da perfeição cristã, se acham entretanto, pelas circunstâncias da sua existência, impossibilitadas de deixarem o mundo e de se encerrarem no claustro. Estas almas, observando fielmente os estatutos da Ordem Terceira e vivendo dentro do espírito da Ordem a que pertencem, com grande facilidade e segurança caminharão pelas vias da santidade.
Pois que, assim como o estado religioso, no qual se guardam os conselhos evangélicos, é por isto para os fiéis o estado mais perfeito, assim também o gênero de vida do Terciário sendo o estado que mais se acerca do religioso, é também, depois deste, o mais perfeito para os simples fiéis.
Por esta razão compreende-se que os Papas e os varões apostólicos recomendem tão vivamente à piedade dos fiéis o ingresso nas Terceiras Ordens.
O grande Papa Bento XV gloriava-se piedosamente de "haver traz do hábito de terciário mercedário desde a adolescência" e como numa audiência de religiosos alguém declarasse que Sua Santidade, como Hierarca Suprema da Igreja, pertencia a todas as Ordens. - Não, respondeu o Pontífice, tirando do peito o alvo escapulário, eu sou particularmente da família mercedária, cujo hábito de terciário há muitos anos recebi em Madrid e nunca o deixei de usar.
A mesma Rainha do Céu dignou-se manifestar por meios extraordinários, a excelência da Ordem Terceira mercedária chamando às alturas da santidade almas nobilíssimas que a ela pertenceram.
Para tua edificação na impossibilidade de recordá-las todas, lembrar-te-ei apenas, alma piedosa, a vocação de três grandes fundadores, cujos institutos tão copiosos frutos de santidade acarretam para a Igreja de Deus. São estes: a Beata Mariana de Jesus, o Beato Gaspar de Búfalo e Santo Afonso de Ligório.
A Beata Mariana foi especialmente chamada por Nossa Mãe para vestir seu santo hábito.
Ela mesma relata que a Virgem Santíssima lhe apareceu com o hábito das Mercês e, rodeada de mercedários caminhando na direção dum convento, ouviu uma voz que lhe dizia: "Com estes hás de viver se quiseres agradar-me". Alguns anos depois a mesma Virgem lhe ordenou receber o hábito, tornando-se mais tarde fundadora das descalças Mercedárias.
Escuta ainda, devoto terciário, o relato duma última visão que antes de morrer teve a Beata Mariana de Jesus. "Mostrou-se Deus uma grande procissão de religiosas com hábitos brancos; juntamente, mostrou-me uma colmeia abundantíssima de mel e as abelhas que, comendo-o, entravam e saiam; ao mesmo tempo, caia uma chuva miúda como orvalho do Céu.
Ouvi, então, dizerem-me: Filha, vês esta colmeia tão abundante de mel e de abelhas? Pois tão abundante há de ser esta Ordem em religiosos; eles participarão da abundância de minha graça e doçura como participam essas abelhas do doce mel; hão de chover neles minhas graças tão copiosas como esse orvalho do Céu".
Os institutos de Irmãs Terciárias Mercedárias com votos e as Ordens Terceiras seculares formam parte da Ordem Mercedária, visto como a ela são sempre agregadas. Alegrai-vos, pois, terciários todos que participais dessa abundância de auxílios e consolações espirituais e dessa chuva de graças divinas.
Os pais do Beato Gaspar Búfalo pertenciam à Ordem Terciária das Mercês e devotíssimo terciário foi também o Beato. Recebeu o hábito e fez a profissão de terciário em mãos do Pe. Manuel de Ávila.
O Beato Gaspar é fundador do Orios do Preciosíssimo Sangue e das Adoradoras do Preciosíssimo Sangue, Ambos os institutos foram agregados à Ordem das Mercês em qualidade de Terceiras Ordens.
Sto. Afonso de Ligório levou toda a sua vida o hábito de terciário que aos quinze anos recebera na igreja das Mercês de Nápoles.
Durante os largos anos que morou nesta cidade, aquela igreja e o altar da Virgem das Mercês foram seus preferidos e ante este altar se operou sua plena conversão a Deus que havia de fazer de Afonso um dos grandes luminares da Santa Igreja. Era em 1723; vinte e seis anos contava de idade; a graça de Deus havia tempos que, suave e fortemente, o perseguia.
Como tantas vezes, Afonso entra na igreja das Mercês e vai orar no altar de Nossa Senhora. Uma auréola de luz celeste o circunda; é a hora suprema da graça. Sob a inspiração e impulso de Nossa Senhora, Afonso da; é a hora suprema promete consagrar-se inteiramente a Deus na vida sacerdotal.
Como penhor de sua promessa desembainhou a espada de gentil homem que pendia de seu lado, e depositou-a aos pés de Nossa Senhora das Mercês.
Afonso nunca mais esqueceu esse dia memorável nem esse santuário de Maria
Sempre que ia a Nápoles, fazia uma visita de ação de graças à sua celeste Benfeitora.
"Foi Ela, disse um dia apontando a imagem da Virgem das Mercês, que me tirou do mundo e me fez entrar no estado sacerdotal".
Também nós que vestimos o santo escapulário de Maria, penhor de sua maternal proteção, imitemos a Santo Afonso na gratidão para com Nossa Mãe e Senhora das Mercês.
Oração jaculatória, (para se repetir muitas vezes durante o dia): Virgem Maria, Mãe de Deus, rogai a Jesus por mim. (S. Felipe Neri).
Confessar e comungar devotamente amanhã. - Esta a melhor forma de honrar a Maria nas suas festas.
Mais graças haurimos e maior glória damos a Jesus e a Maria com estes sacramentos bem recebidos do que com outras inúmeras devoções de nossa escolha.
Muito do agrado da Virgem Maria e de copioso fruto para nossa piedade é a prática de venerar suas imagens. A vista do retrato de nossa mãe ausente ou já falecida tem a virtude de nos comover e de excitar nosso saudoso afeto. Quanto mais não fará a vista do retrato de Nossa Mãe Celestial?
A contemplação das imagens de Maria aviventa em nós a recordação da Mãe ainda ausente; acende em nossos corações o amor para com tão boa Mãe; estimula-nos à prática do bem, aumenta nossa confiança em sua proteção; e oferece-nos, como em livro aberto a todos, um exemplar perfeito de todas as virtudes cristãs, cuja imitação é tanto do agrado da Senhora.
Desnecessária e até idolátrico acham os protestantes o amor e a veneração que nós os católicos manifestamos pelas sagradas imagens.
Coitados deles, infelizes, que nunca experimentaram as doces comoções que a contemplação das imagens devotas produz nas almas humildes e sinceramente piedosas.
Em qualquer hora de angústia ou perturbação é só volver os olhares para uma imagem da amorosa Rainha dos Corações e a paz e consolação renascem logo na alma fiel.
Por isso, almas escolhidas que aspirais à perfeição, valei-vos também, deste meio que a Santa Igreja vos oferece. Acostumai-vos a honrar a Maria em quantas imagens encontreis e quando a tentação vos assaltar e grave fôr o risco de incumbir, estreitai contra vosso coração a imagem do escapulário ou medalha que convosco trazeis e dizei-lhe estas ou semelhantes palavras: o minha Mãe querida, rogai por mim a Deus para que O não ofenda; não permitais que em mim se apague a imagem de Vosso Filho, que pela graça levo esculpida em minha alma.
O Venerável Antônio Centenero, devotíssimo de Nossa Mãe das Mercês, ia, nas festividades da Virgem, dar-lhe os parabéns d'ante duma devota imagem que presidia o coro conventual. No dia de Páscoa realizava este piedoso ato com tanto fervor e entusiasmo que fazia derramar lágrimas a todos os circunstantes.
Escutai, agora, almas piedosas, escutai a seguinte belíssima página, escrita por outro grande devoto de Nossa Mãe e irmãos, à imagem de Maria; ajoelhai-vos em sua presença; Senhora, o Venerável Pe. Echeverz: "Chegai-vos, caríssimos beijei-a, não apenas com os lábios, mas do íntimo de vosso coração e dizei-lhe devotamente: Ave-Maria.
Isto aconselha S. Bernardo a seus irmãos e o mesmo nos diz a todos, e em nome do santo, eu suplico a todos os religiosos que tenham em suas celas uma imagem de Maria Santíssima e que ao entrar nela dobrem os joelhos e a cumprimentem cordialmente com a Ave-Maria. A mesma coisa eu peço a todas as pessoas, que tenham alguma imagem de Maria no quarto ou aposento que mais frequentam e, sempre que ali entrarem, saúdem a esta Senhora com a Ave-Maria, bem entendido que Ela estima tanto isto como se lhe déssemos um carinhoso ósculo; e do Céu nos volve a saudação quando cá na terra saudamos".
De Frei Diogo de Jesus, da província mercedária de Lima, conta-se que levava sempre consigo num pequeno nicho, uma devota imagem das Mercês perante a qual fazia contínua oração. Esta imagenzinha salvou-o de muitos e graves perigos.
Entre os atos do culto católico, sobre nenhum se manifestou o Céu com tantos milagres ser do seu agrado, como a veneração das imagens de Nossa Senhora.
Haja vista as inúmeras imagens venerandas, espalhadas por todo o mundo cristão e por meio das quais tantos favores dispensa aos seus devotos.
Nas Américas, com os descobridores entraram também as imagens de Maria. As do doce título de Nossa Senhora das Mercês foram as primeiras. Milagrosíssima é entre todas elas a que se venera em São Domingos e é padroeira jurada da cidade. O cronista Frei Gabriel Téllez diz que a dita imagem doada pela Rainha Isabel, a Católica, aos mercedários que acompanharam Colombo, foi a primeira a passar às terras da América.
Um pescador de Tenerife achando-se em alto mar, em grave risco de naufrágio, proferiu com amorosa fé e confiança estas comovedoras palavras: "Já estive na ilha de S. Domingos na igreja dos mercedários, onde há uma imagem toda maravilha; nela deposito toda minha esperança"; e logo foi atendida sua prece, Pessoas autorizadas viram diversas vezes esta imagem mudar a fisionomia mostrando-se, ora triste, ora alegre. Sobre aquela religiosa ilha inumeráveis graças derramou Nossa Senhora.
Tende sempre convosco uma imagem de Maria, ao menos uma medalha, para melhor vos lembrardes a toda hora que no céu tendes uma mãe que vos olha amorosíssima e sempre está pronta para vos defender e amparar.
Oração jaculatória, (para se repetir muitas vezes durante o dia):Virgem Mãe, fazei que sempre de Vós eu me lembre (S. Felipe Neri).
Pratica todo dia algum ato de caridade. - Só serás discípulo de Jesus se de coração amares a teu próximo. Medita e cumpre este belo programa de caridade da Madre Margarida Maturana: "Façamos um propósito firme de crescer nesta virtude, de amar-nos. sem medida, de ajudar-nos com doçura, de suportar mutuamente nossas misérias com aquela doçura com que Jesus a todos acolhia e nada admitamos que possa ofender a caridade".
As almas devotas, sequiosas de maior perfeição, cada dia rendem seus tributos de amor à sua doce Mãe, a ela oferecem suas obras cotidianas e cada dia lhe rezam algumas preces, mas não apenas cada dia senão cada hora e constantemente vivem em união com a Virgem Maria, nada fazendo sem Ela, pedindo-lhe sua benção no começo e fim de cada ação, olhando para Ela a fim de copiar suas virtudes e implorando a cada sua proteção. E nada mais justo do que isto pois Maria em nós pensa também constantemente, seus olhos não se afastam de nós, para nos socorrer e ouvir em toda necessidade e a cada momento,
Mas no programa de vida mariana das almas pias, devem figurar, ao lado das fervorosas práticas diárias, os dias mais especialmente consagrados a Nossa Senhora, dias plenos em que, acompanhando o espírito da Igreja que os estabelece, prestamos especiais homenagens à Virgem Maria,
Tais são os das festividades marianas e os Sábados todos do ano. A Igreja do Céu e a Igreja da terra correspondem-se fielmente, A Igreja terrena, movida pelo espírito de Jesus que nela habita, só ordena e aconselha, o que é do divino sagrado; e a do Céu ouve sempre e despacha favoravelmente o que a da terra ordena ou suplica.
Por esta razão, ao determinar a santa Igreja as festividades de nossa Senhora e prescrever o dia de Sábado para honrar nele especialmente a Mãe de Deus, o Céu responde com copiosas graças às nossas homenagens em tais dias.
Os santos compreendiam isto muito bem porque viviam sempre em espírito de fé, identificados com o sentir da santa Igreja.
São Luís, rei de França, todos os Sábados lavava os pés a onze pobres em honra de Jesus e de Maria.
Santa Rosa de Lima costumava enfeitar cada Sábado a imagem de Maria com um ramo de flores e a Virgem Santíssima, para lhe recompensar esta simples homenagem e manifestar-lhe o agrado com que a recebia, benzeu o jardim da Santa de forma que em todas as estações do ano os cravos e roseiras enfloravam
Nos conventos e nas irmandades mercedárias é de antiquíssima tradição a celebração especial do Sábado.
Devoto servo de Maria, associar-te deves a esta piedosa tradição. Todos os Sábados, se puderes, assiste à mi Nossa Senhora das Mercês que, por especial concessão de Roma, se celebra nas igrejas mercedárias e foi enriquecida de muitas indulgências para os assistentes. Nesta missa comunga, fazendo-te apresentar a Jesus pelas mãos de Maria, e renova tuna consagração especial a esta Senhora.
Canta ou recita o Ofício de Nossa Senhora, de uso tão espalhado no Brasil. Pela tarde, não faltes ao canto da Salve Rainha que, desde tempo imemorial, se pratica nas igrejas das Mercês. Outra coisa te recomendo vivamente: Se o já não praticas cada dia, pelo menos aos sábados, dedica meia hora ou quinze minutos à leitura dalgumas páginas sobre a devoção a Nossa Senhora.
Pratica também uma ou mais e vezes ao ano, a devoção dos Sete Sábados de Nossa Senhora das Mercês, muito enriquecida de indulgências pelo Romano Pontífice.
A beata Mariana de Jesus, grande devota de Maria, todos os Sábados mandava celebrar por conta dela a Missa cantada em louvor de Nossa Senhora das Mercês e ela própria enfeitava o altar e oferecia as velas da santa Missa.
Referem as histórias mercedárias que no convento do Olivar faleciam sempre os religiosos em dia de Sábado ou em festividades de Nossa Senhora. Quão terna e piedosa se mestra sempre a Virgem Branca com aqueles que vestem seu santo hábito!
Escuta ainda, alma piedosa, outro favor dispensado por Nossa Mãe das Mercês em sua festa, o 24 de setembro de 1930:
Um jovem sacerdote português da cidade de Vila Real perdera o juízo num grave ataque de loucura. Tornando-se furioso, a família viu-se na contingência de interná-lo num sanatório. Passara-se quase um ano e os doutores do Pôrto e de Coimbra davam o caso por perdido. Mas onde a ciência falha, Deus pode valer. Celebrava-se a novena de Nossa Senhora das Mercês; com todo o fervor a piedosa família do sacerdote redobra suas súplicas Aquela que é a saúde dos enfermos.
No d'a 22 de setembro sofre nova crise o doente, agravando-se terrivelmente seu mal, que continuou com caracteres muito agudos até o dia 24, festa das Mercês.
Neste dia, de forma humanamente inexplicável, o doente recobrou instantaneamente a saúde.
Oração jaculatória, (para se repetir muitas vezes durante o dia): Inflamai, Senhora, meu coração, com o fogo de vosso amor. (S. Boaventura).
Cumpre fielmente as obrigações do santo escapulário. Já que este distintivo foi concedido a São Pedro Nolasco pela mesma Virgem Maria, os que o levamos, devemos ser pela conduta "cópias da Virgem em nosso interior e em nosso exterior para que Ela, ao olhar-nos, se regozije com a semelhança que dela conservamos. (Me. M. Maturana).
AMA O TEU PRÓXIMO COMO JESUS E MARIA O AMAM
Ó caridade! virtude a mais divina entre todas as virtudes, rainha de todas elas, dizem os santos. A caridade não é só virtude de Deus; é o próprio Deus, como o chama São João: Deus é caridade.
Esta virtude é a marca do Céu, é o sinal dos predestinados, pois, no dizer do bom Jesus, a caridade é a divisa dos seus seguidores.
O amor de Jesus pelos homens foi a causa de nossa Redenção. O amor o trouxe à terra para vestir nossa carne de pecado, o amor o levou a abraçar a pobreza extrema, o obrigou a suportar toda a sorte de trabalhos, privações, afrontas, vitupérios, e, finalmente, a própria morte na cruz.
A Virgem Maria, nossa Mãe, nos amou e nos ama; e a quem já foi dado sondar o abismo profundo do amor materno? Maria, a mais pura e inocente das criaturas, amou a Jesus como mãe nenhuma ainda amou nem amará. Ela, que além do Filho Divino, nos gerou a nós também, como partes que somos do corpo místico de Jesus, tanto nos amou que para o nosso remédio ofereceu ao pé da cruz, o sacrifício do seu Filho amadíssimo, merecendo assim tornar-se nossa Corredentora.
Com o amor com que Ela ama a Jesus, com o mesmo ama aos membros de Jesus que somos nós.
Ó almas, que sinceramente almejais a salvação eterna! Amai a vossos irmãos como Cristo nos amou. Amai a Jesus, e a Maria com todo o ardor de vosso coração e com eles e por eles amai a vossos próximos.
Cuidais haver aproveitado na religião mantendo aversão a vossos irmãos? Enganais-vos, antes ides pelo caminho de perdição, e nele seguindo, vossa partilha será o inferno.
Mas se isto dizemos dos cristãos em geral, que deveremos dizer daqueles que piedosamente ostentam o alvo escapulário das Mercês?
A Ordem, Mercedária tem por especial profissão a prática da caridade mais heroica. Ocupa-se esta Ordem na redenção dos cativos do corpo e da alma, tendo por voto, se necessário for, dar a vida por seus irmãos como Cristo a deu por nós. S. Gregório Magno ensina que a obra da redenção de cativos é a mais excelente e mais santa que o homem pode fazer para merecer a vida eterna, porque quem redime um cativo, pratica as obras todas de misericórdia.
A esta prática santíssima da caridade se consagrou São Pedro Nolasco, e em tal medida o fez, que mereceu de Bossuet este elogio: "não houve ainda na terra homem mais caridoso do que S. Pedro Nolasco". Este grande amor ao próximo infundiu-o em seus filhos, os mercedários contando-se em grande número os que imolaram heroicamente a vida por esta virtude e o mesmo espírito incutiu nos Terciários e Confrades, muitos dos quais, desde os primórdios da Ordem, entregavam seus bens para a redenção dos cativos e eles próprios se dedicavam a prestar o auxílio possível nas obras de caridade.
Não foi em vão nem por puro acaso, um hospital a primeira casa que os mercedários possuíram, e por "frades do hospital de Sta. Eulália" os conhecia o povo nos primeiros anos.
Seja pois a ação social, com espírito de grande caridade, a divisa das Irmandades mercedárias. Mas adverte, alma piedosa, que se havemos de salvar os corpos de nossos irmãos é pensando em salvar suas almas. Remir as almas do cativeiro de satanás; quebrar-lhes as algemas do ódio, da imoralidade, da ignorância religiosa, para levá-las a Jesus e a Maria, que belo ideal!
"Creio, dizia uma grande alma mercedária, a Madre Macauley, fundadora das Irmãs Mercedárias de Irlanda, creio que nenhum sacrifício é por demais custoso quando se trata de salvar da ruína e perdição ao mais humilde daqueles por quem nosso amável Salvador derramou seu sangue".
E a mesma venerável fundadora tão bem assimilada o espírito mercedário que na hora de sua morte, dirigindo-se as religiosas ajoelhadas em volta do seu leito disse-lhes estas memoráveis palavras: "O meu último legado para o Instituto é a Caridade",
Esta virtude é o termômetro que nos indica a temperatura religiosa dum povo e duma época. Na nossa, mais do que maioria dos países só reinam o rancor e a vingança; os brados de ódio ecoam por toda a parte com um fragor infernal e satânico. Eia pois, Confrades e Terciários, vossa hora é chagada, onde abunda o ódio fazei superabundância o amor, envolvei a todos os que vos rodeiam, os pobres, os doentes, e os inimigos, num ambiente de santa dileção, Amai a todos como a vós mesmos e como Cristo nos amou e cumprireis o mandato do Senhor Jesus e Ele será vossa eterna recompensa.
Oração jaculatória, (para se repetir muitas vezes durante o dia): Coração Imaculada de Maria, rogai por nós.
Visitar devotamente o Santíssimo Sacramento. - Muito agrada a Jesus esta prática. Chegando a Beata Mariana de Jesus a visitar o Santíssimo uma hora em que se achava a igreja deserta, disse com ternura a Jesus. "Como estais sozinho, Meu Deus"! e para logo ouviu a resposta: "Estava-te esperando". Querendo-lhe com isto dar a entender quanto prazer lhe damos visitando-o no Sacramento.
Pondera, alma devota, aquelas palavras de S. João, o discípulo amado de Jesus: "Meus filhinhos, não amemos apenas de palavras e com a língua, mas por obra e em verdade". (I Joan 3,18). Nelas assinala o apóstolo a diferença que vai da verdadeira caridade à falsa ou fingida que se contenta só de boas palavras. "Se um irmão ou irmã, disse Tiago apóstolo, estiverem nús e lhes faltar o sustento cotidiano e lhes disser algum de vós: Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, mas lhes não derdes o necessário para o corpo, de que lhes aproveitará?" (Jac. 2.16).
Nossa caridade há de ser operante e não limitar-se apenas a algumas frases amáveis. De coração havemos de amar a nossos irmãos, desejar-lhes todo o bem possível e fazer o que estiver ao nosso alcance por torná-los mais felizes
A pessoa caridosa é paciente e benigna e nunca de seus lábios escapam palavras de maledicência, não fala com aspe reza, não corrige com raiva, não manda com império; é doce nas palavras, benévola nos juízos; indulgente com as faltas do próximo.
Quanto bem em torno de si derramam essas almas bondosas, cuja maior preocupação consiste em como tornar melhores e mais felizes os seus semelhantes. Sua divisa é a do Apóstolo "afogar o mal com a abundância do bem". Esquecem as injúrias que lhes são feitas, não poupam sacrifícios para consolar os tristes, aliviar os doentes, ensinar o caminho de salvação aos transviados, conduzir a Maria os pecadores.
A bondade é um dos frutos do Espírito Santo e só nas almas perfeitas se acha em pleno desenvolvimento.
Em tais almas a bondade torna-se uma força irresistível, subjuga e transforma os maus, edifica os bons e aproveita sobretudo a elas próprias que no Céu receberão grande recompensa.
Terciários e Confrades de Nossa Mãe das Mercês, considerai que se todo discípulo de Jesus deve ser manso e humilde de coração, paciente, benigno e amável com seus irmãos, a isto sois vós mais particularmente obrigados em virtude da associação a que pertenceis.
A Virgem Santíssima levada de sua maternal piedade, ao mundo da Ordem Redentora das Mercês, a ela associando os fiéis por meio de seu santo escapulário. Ora, a razão de ser da Ordem mercedária, sua alma e vida, é a prática da caridade perfeita.
A venerável madre Macauley resume, numa expressão feliz, o espírito que informou em todo tempo a ação dos mercedários: "fazer ditoso o povo para torná-lo bom", e para fazê-lo ditoso, para o livrar da escravidão e da miséria nada poupa o mercedário, nem a própria vida. Tal há de ser também o espírito dos irmãos do escapulário, que estão à Ordem associados e dela recebem inspiração e auxilio.
Escutai agora esta deliciosa página na qual um piedoso a bondade, o amor e a brandura do grande Patriarca da Ordem Mercedária. S. Pedro Nolasco. "Não é coisa de admirar diz, que quase desde o regaço materno começasse o bendito São Pedro Nolasco a ter piedade e a mostrar-se afável com os necessitados?
O maiorzinho não deixasse passar um dia sem dar esmola? Quando já adulto, vivesse empenhado em socorrer a todos? E quando com governo, fosse a mesma brandura? Jamais se excedeu entre os seus, nem se lhe ouviu um grito em casa. Para com os frades era todo alegria e para com os demais, um anjo.
Tal era sua compaixão e piedade, que quando não teve o lhe esgotaram as palavras mansas e as que dar, quando se obras amorosas, deu-se a si mesmo pelo próximo.
Quantas vezes ele próprio, compadecido, executava as tarefas dos infelizes cativos, juntando assim as obras às palavras, após esgotar as razões compassivas com que os regalava! Quantas vezes carregou os ferros dos cativos! Quantas nas tantas se lhe fosse permitido, lhes teria dado sua vida! E bem se vê isto, pois ainda, as dos seus filhos deixou antes de morrer vinculadas a esta virtude da caridade, querendo que nenhum de nós seja de si próprio antes o sejam todos da piedade e misericórdia. Por este caminho andou e nos deixou para segui-lo". O exemplo não nos falta, não faltemos à sua pratica.
Oração jaculatória, (para se repetir muitas vezes durante o dia): Virgem Santíssima, não permitais que eu viva nem morra em pecado mortal. Em pecado mortal não hei de morrer porque a Virgem Maria me há de valer (do Relicário Angélico).
Tomar a resolução de santificar ainda as mais pequenas ações. São da Madre Macauley estas notáveis palavras: "A perfeição de nossas almas não depende tanto de praticarmos ações extraordinárias, como de fazer extraordinariamente bem as ações ordinárias de cada dia".
"Os que me derem a conhecer possuirão a vida eterna" Estas palavras do Eclesiástico aplica-as a Igreja à Virgem Santíssima; elas contém a promessa da perseverança final para os que se consagram a propagar sua devoção, Jamais a Rainha do Céu abandonará no último instante aqueles que em vida a amaram e a fizeram de outros amada.
Quem deveras ama a Nossa Senhora, deseja vê-la de todos louvada e amada e tanto mais o desejará quanto maior for seu amor a Ela. Não é Maria, aliás, nossa grande benfeitora?
Por isso os santos, pensando nos assinalados favores que dela receberam, desfizeram-se em louvores a esta Senhora e com incendido afeto propagaram sua devoção.
Acresce ainda outra razão poderosíssima, Nada há que tanto ame Jesus como as almas, por cuja redenção se encarnou, e, por salvá-las derramou seu sangue na cruz, e cada dia por elas se oferece em inúmeras igrejas no sacrifício eucarístico. Ora, não há meio mais eficaz para ganhar as almas arrancando-as dos laços do inimigo, do que levá-las a praticar a devoção a Nossa Senhora.
Certa vez, disse Jesus no primeiro dos Apóstolos: "Pedro, tu me amas? Sim, Senhor, tu sabes que te amo - apascenta os meus cordeiros", lhe replicou Jesus. Isto mesmo pergunta Maria aos que desejamos servi-la: "Amas-me? Se me amas, prova-o dedicando-te à salvação dos teus irmãos.- "Amas-me mais do que os outros"? então, trabalha também mais do que eles para salvar as almas;
Esta é a prova do verdadeiro amor à Santíssima Virgem, se nos esforçarmos por acrescentar a felicidade dos bons, tornando-os mais piedosos, e a conversão dos maus, para livrá-los do fogo eterno, levando a uns e a outros, pela devoção à Mãe da graça e da misericórdia.
Do que abunda no coração a boca fala. Se, surpreendido em tuas conversas, achares que nunca ou rara vez falas do amor à doce Rainha dos corações, deves inferir que pouca ou nenhuma é tua devoção para com Ela. Teme pela tua salvação.
Se, porém, gostas de ler ou conversar sobre a Santíssima Virgem, se não te envergonhas de rezar publicamente, para edificação de outros, o santo terço, se frequentas a comunhão nos dias de festividades marianas e a outros induzes a te acompanharem nestas devoções a Nossa Senhora; então, alegra-te, Mar'a levar-te-á com muitos que tu terás ajudado a salvar, a gozar de sua visão na glória eterna.
Deliciosas páginas de santo entusiasmo e loucura santa se acham na vida e nos escritos dos grandes servos de Maria: São Bernardo chamava a nossa doce Mãe, de Roubadora dos corações.
O Pe. Silvestre Saavedra, mercedário, suplicava a Maria a graça de derramar o sangue na defesa de seus excelsos privilégios.
Da beata Mariana de Jesus, refere sua criada Catarina que procurava acender nos corações do próximo a devoção a Nossa Senhora e com tal fervor lhes falava de Maria que faltavam palavras para exprimir-se.
Se pois almejas aproveitar teu próximo e ao mesmo tempo, assegurar a tua salvação; no santo escapulário das Mercês, que é prenda de inumeráveis favores de Maria, acharás um meio de inestimável valor para propagares a verdadeira devoção a Maria, Ouve com que expressivos conceitos o venerável Padre Echeverz nos exorta a amar e estender a devoção do santo escapulário.
"Não é possível dizer em poucas palavras os grandíssimos favores que, assim no corpo como na alma, receberam os devotos de Maria Santíssima, trazendo, em honra e glória sua, o santo escapulário e branca veste cuja forma veio do céu por tão piedosa e soberana Redentora.
Quão agradável seja a Maria Santíssima das Mercês obsequiá-la trazendo seu santo escapulário com toda veneração no peito, manifestou-o a mesma Senhora nas demonstrações favoráveis que com sua poderosa e liberal mão obrou com os que, por este modo, hão, implorado o consolo de sua maravilhosa proteção. Todos os quatro elementos suspenderam sua sanha e furor para não fazer mal aos que se defendiam com o santo escapulário das Mercês",
Ó minha doce Mãe! eu vos prometo, desde hoje, cumprir com entusiasmo e denodo aquele artigo dos estatutos de nossas Irmandades que nos prescreve propagar sempre e por todos os meios vossa devoção sob o simpático título das Mercês.
Oração jaculatória, (para se repetir muitas vezes durante o dia: Redentora dos Cativos, rogai por nós (300 dias).
Recitar uma Ave-Maria ao dar as horas o relógio - "Vamos ouvir o Padre da Ave-Maria" dizia o povo referindo-se ao santo missionário, venerável Padre Echeverz, que com grande zelo procurava em seus sermões gravar a Saudação Angélica no coração da ouvintes. Na verdade, lábios humanos ainda não dirigiram a Nossa Senhora oração mais formosa do que a Ave-Maria.
VIGÉSIMO NONO DIA DO MÊS
Estabelecido foi por Deus que o homem morra uma si vez e depois disto venha o juízo (Hab. 9,27), Nada há mais certo em nossa vida do que a morte e nada mais incerto do que o lugar e modo como morreremos.
Terrível incerteza esta mais terrível ainda a alternativa que se oferece nossa alma: ou a salvação eterna ou a eterna reprovação; a Glória ou o inferno, por toda uma eternidade.
Já de per si a morte é coisa atroz à natureza pois todo ser vivente sente invencível repugnância à dissolução de existência.
Mas acrescem ainda naquela hora, para tornar mais formidanda a morte, as dores da doença, os remorsos de nossa consciência pelos pecados cometidos, o terror pela proximidade do juízo, os assaltos de nosso inimigo, mal, hábitos contraídos que aderiram nossa vontade ao mal, sobretudo, o espanto e pavor pela incerteza de nossa sorte.
Em tempo nenhum nos é tão preciso o auxilio de nos doce Mãe, como na hora da morte; é esta justamente a hora em que Maria gosta mais de amparar os seus devotos.
Estava agonizando São João de Deus e nossa Senhora, de pé, ao lado do leito, enxugava com maternal carinho o frio suor que corria pela fronte do agonizante e, consolando-o, diria-lhe estas palavras amorosas: "Esta é a hora em que eu jamais abandono os meus amigos", Por este motivo é tão frequente ver os verdadeiros devotos de Maria encararem a morte com plácida calma e fechar seus olhos pela última vez, com brando sorriso nos lábios.
"Se soubesse, dizia a Madre Macauley, que a morte havia de ser tão doce, nunca a teria temido".
A Igreja que, divinamente iluminada, conhece os perigos a que sempre vive exposta nossa eterna salvação, e sabe quão eficacíssimo amparo é Maria para os que nela confiam, aconselha-nos invocá-la constantemente e pedir-lhe seu patrocínio para aquela hora decisiva, "Rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte", "Depois deste desterro mostrai-nos a Jesus, bendito fruto de vosso ventre".
Que confiança devem inspirar-nos estas ardentes súplicas dirigidas ao coração da mais amorosa de todas as Mães! E como não hão de minguar os nossos temores pela salvação.
E após havermos suplicado tantas vezes cada dia a Nossa Senhora que nos ampare na hora da morte, que nos defenda apresente a Jesus? Poderá esquecer, porventura, nossas preces, Maria, tão piedosa, tão meiga e boa, Ela que é nossa vida, nossa doçura e nossa esperança?
Poderá Ela esquecer-se de que somos seus filhos pela E Encarnação e pela escolha de Jesus no Calvário; e que portanto Ela é nossa Mãe, nossa doce Mãe de misericórdia? Não é o mais sagrado dos deveres para a mãe assistir a seu filho na doença recolher lhe o último alento?
Mas o que uma mãe terrena não pode, Maria nô-lo pode obter. Se somos sinceros devotos de Nossa Senhora, Ela alcançar-nos-á, na hora da morte, as graças necessárias para tentações
Com paciência a enfermidade derradeira, resistir às do demônio, arrepender- nos dos pecados, conformar-nos com o divino beneplácito, aceitando a morte como Deus nô-la quiser enviar e, enfim, ter uma santa morte, descansando tranquilos em seus braços maternais.
Ninguém melhor do que Maria conhece o segredo duma santa morte. Santíssima foi a dela que adormeceu num êxtase de amor.
A de Jesus, Ela esteve presente permanecendo de pé, ao lado da cruz e ao Pai oferecendo, junto com o seu sacrifício, a cruenta morte do filho diletíssimo, merecendo por esta imolação o privilégio de nos auxiliar na hora da nossa morte.
A José, ela mesma com Jesus assistiu e auxiliou na ocasião do seu feliz passamento. Morte plácida e bendita, morte a mais bela e desejável a do santo Patriarcal! Contemplai a tocante cena que se desenrola na casinha de Nazaré, José está recostado numa almofada e sua cabeça descansa levemente na mão de Jesus, que com a outra lhe aponta para o Céu.
Sua castíssima Esposa, com os olhos banhados em doces lágrimas misto de saudades, gozo e amor, prodigaliza-lhe solicita as últimas atenções e alegra seu coração com incendidas palavras de amor. José, com os olhos pregados no Céu, esboça brando sorriso nos lábios e adormece docemente.
Quem não desejará para si uma morte semelhante com a assistência maternal da Virgem Imaculada?
Consola-te pois devoto servo de Maria e especialmente tú que com filial afeto trazes seu bendito escapulário. Ela reconhecer-te-á logo pelo alvor da tua divisa. Nada temas. Naquela hora a imagem de Maria na Cabeceira do teu leito ou o escapulário ou medalha que levas ao pescoço, lembrar-te-á a presença invisível da Mãe Celestial.
Reclina docemente a cabeça aos ombros da Mãe divina; se ainda as forças te acompanharem, leva aos lábios o querido escapulário, pronuncia com a boca ou com o coração os nomes de Jesus e de Maria e abandona-te logo em seus braços; eles levar-te-ão à mansão dos justos.
A Virgem Santíssima não só assiste aos seus devotos e os conforta na hora da morte, mas na sua bondade também os previne a andarem melhor dispostos.
De modo sensível fazia isto com os religiosos do convento de São Lázaro de Zaragoza, que vestiam seu branco hábito. Neste religiosíssimo convento três dias antes do falecimento de qualquer religioso, de noite, uma porta dum claustro dava três grandes pancadas.
Ouvido aquele misterioso sinal, os felizes moradores daquele convento redobravam suas penitências e orações preparando-se com a confissão geral para serem achados bem dispostos ao terceiro dia, no qual, infalivelmente, algum deles falecia.
Bondade imensa de Nossa Mãe e Senhora que assim previne aos filhos amados para o juízo divino.
Oração jaculatória, (para se repetir muitas vezes durante o dia): De amar-vos e servir-vos nunca deixarei, Senhora, esperando ter em Vós, Carinhosa protetora.
OBSEQUIO
Acolher com afeto algum desvalido ou criança e ensinar-lhe alguma coisa que o possa tornar melhor. - A Jesus fazemos o que pelos indigentes fizermos". "Consideremos que é especial o favor que Deus nos concede o servir a seus pobres e ensinar aos pequenitos a conhecê-lo e amá-lo" (M. Catarina Macauley)
"Não temos nós aqui, diz S. Paulo, morada permanente, mas vamos em busca da futura". (Herbr. 13, 14) Nossa mansão há de ser a cidade santa, a nova Jerusalém, cidade de nosso Deus, da qual nos foram ditas grandes coisas.
A porta desta cidade santa é a Virgem Maria, Janua Caeli, Porta do Céu, a chama a santa Igreja; ninguém no Paraíso entra senão for por ela.
Santo, Efrém chama à Virgem Santíssima esperança da alma e salvação segura dos cristãos e diz que a devoção a Maria é o passaporte que nos franqueia a entrada na Jerusalém celeste. E Sto. Ambrósio assim orava: "Abri-nos. Ó Maria, as portas do Paraíso, já que dele possuis as chaves".
Estrela do mar, chama também a santa Igreja à Virgem Santíssima, porque, assim como os navegantes são dirigidos ao porto por meio da Estrela polar, assim também es cristãos são guiados ao Paraíso por meio de Maria".
Ainda mesmo os maiores pecadores, se são devotos de Nossa Senhora, não devem desesperar de sua salvação contanto que conservem alguma vontade de se emendar, O auxílio desta Senhora leva-los-á um sincero arrependimento e logo ao Paraiso.
Cumpre, porém, que nunca percamos nossa confiança nela, sejam quais forem nossas infidelidades. "O Maria, exclama São Boaventura, sois a salvação de quantos Vos invocam.
Ó Minha Rainha! aquele que persevera em Vos servir, está longe da condenação. Todos os que confiam na proteção de Maria, serão salvos".
A Celestial Senhora que já aqui na terra é nossa vida, nossa doçura e consolo, será no Céu, para seus verdadeiros devotos, objeto especial de delícias inefáveis,
Sim, devoto servo de Maria, no Céu, no lado do bom Jesus, nosso Salvador, teus olhos extasiados contemplarão a Maria, nossa terna Mãe, nos esplendores de sua glória e beleza incomparáveis, que alegram a cidade santa de Deus,
São João viu a excelsa Rainha do Céu, cheia de majestade, vestida do sol, com a lua debaixo dos seus pés e, na cabeça, uma coroa de doze estrelas, bendita e glorificada por todos os anjos e santos do paraíso.
A todos nós, dedicados filhos de Maria, e propagadores de sua devoção, ser- nos-á concedido possuir a vida eterna e nela contemplar a nossa doce e terna Mãe; não na gruta de Belém ou no Calvário, ao pé da cruz, senão no alto trono de sua glória, coroada Rainha do Céu.
O pensamento da glória, objeto de nossa esperança, deve acompanhar-nos nas circunstâncias todas da vida para alegrar nossa existência e sustentar nossa fraqueza nas horas de provação.
Certo dia, brincava com a menor de suas irmãzinhas o angelical adolescente Antônio Pisano.
De repente, fitando os olhos nela, perguntou-lhe: - "Qual é a tua cor preferida, o vermelho ou o azul? e ao mesmo tempo, assinalava com o dedo o céu azul, lá no horizonte tinto de vermelho.
Prefiro o vermelho, responde a pequenita, porque é mais formoso e mais vivo". Antônio, ouvida a resposta, segurou a irmãzinha por um braço e, fitando-a novamente, assim falou: "Cala-te, e nunca mais tal coisa digas; deixa essa cor para o demônio e tu ama sempre a cor azul que é a cor do Céu".
Se fosse mais viva a nossa fé, quão fácil nos seria levantar o coração a Deus e lembrar-nos da glória que nos espera servindo-nos dos próprios elementos da natureza, como Antônio Pisano fazia.
Cheio nosso coração de confiança, digamos com fervor a estrofe popular:
Com minha Mãe estarei na santa glória um dia Junto à Virgem Maria no céu triunfarei
É chegado alma fervorosa, o último dia deste ditoso mês que dedicamos a nossa bendita Mãe das Mercês. A fidelidade à graça é uma via segura de santificação. Não esqueças nem desestimes, as muitas que durante estes trinta dias recebeste. Desde hoje, seja cada vez mais intensa tua vida de intimidade com Maria, a doce Rainha de nossos corações.
Com viva fé e grande devoção, dir-lhe-ás agora e muitas vezes a seguinte, Oração jaculatória, (para se repetir muitas vezes durante o dia): Piedosíssima Mãe das Mercês, rogai por nós (300 dias).
O obséquio principal é o mais agradável a Maria é perseverar na devoção, qualquer que seja, para com Ela.
Omitindo o V. Tomaz de Kempis as devoções que costumava rezar à Virgem, viu em sonhos como esta Mãe dulcíssima abraçava os companheiros dele, mas, chegando a ele disse-lhe: deixaste a devoção para comigo?
Prostrado humildemente a vossos pés, ó Santíssima Virgem das Mercês, venho, apesar de minha indignidade, pedir-vos que sejais sempre minha Advogada e Protetora diante de vosso divino Filho.
Consagro-me a Vós para amar-Vos, honrar-Vos e servir-Vos fielmente todos os dias de minha vida. Dignai-Vos receber, Mãe minha das Mercês, o firme protesto que faço de ser todo vosso.
Alcançai-me de Jesus, vosso Filho adorável, um vivo horror ao pecado, a graça de viver e morrer com os sentimentos da fé mais viva, da esperança mais firme e do amor mais terno, mais ardente e generoso.
Fazei, bondosíssima Mãe das Mercês, que, assistido de vossa poderosa proteção durante a minha vida, tenha a doce consolação na hora da morte de entregar minha alma em vossas mãos e obtenha depois a dita incomparável de ser conduzido por Vós à morada feliz e gloriosa da imortalidade. Assim seja.
Todo católico vive uma luta espiritual – contra o demônio, contra a carne e contra o mundo. E nos dias de hoje é mais difícil ainda esta luta, quem sabe a mais difícil de todas as lutas. Este site é uma ferramenta, uma arma para você, católico, nessa guerra espiritual! Pois só quem reza se salva! Por isso oferecer tantas e variadas orações para os combates diários! Oferecer devoções e bençãos para nos fortalecer e santificar em nosso dia a dia. Oferecer histórias, milagres e aparições de Nossa Senhora para nos fortalecer em nosso cotidiano! Que o site seja um convite à oração e uma força em sua batalha espiritual diária.
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