MENSAGEM DE MARIA SANTÍSSIMA EM QUITO, EQUADOR, 1594
"O pequeno número de almas que guardará o tesouro da Fé e das virtudes sofrerá um cruel, indizível e prolongado martírio. Muitas delas descerão ao túmulo pela violência do sofrimento e serão contadas como mártires que se sacrificaram pela Igreja e pela Pátria". — Palavras proféticas da Santíssima Virgem para a Irmã Mariana de Jesus Torres, em pleno século XVII, referindo-Se aos dias que vivemos hoje.
A Santíssima Virgem apareceu pela primeira vez à então Priora das Concepcionistas na capital equatoriana em 2 de fevereiro de 1594.
As profecias da Santíssima Virgem à Irmã Mariana de Jesus impressionam pela precisão
Mariana de Jesus Torres y Berriochoa foi uma das sete missionárias espanholas fundadoras do Monasterio Real de la Limpia Concepción, em Quito. A vida desta religiosa, desde os 13 anos de idade, sempre fora marcada através de um contínuo contato com o sobrenatural.
Aparições de Nosso Senhor, de Sua Santa Mãe Santíssima, de Santos e demônios, eram-lhe frequentes. A essa heroica filha de Santa Beatriz Silva foi desvendado o futuro como a poucos religiosos, sobretudo com referências espantosas aos nossos dias atuais. Tais profecias impressionam pela precisão, riqueza de detalhes e semelhança com as de Fátima.
Em certa ocasião, Madre Mariana encontrava-se com a fronte em terra, com lágrimas e suspiros, suplicando ao Altíssimo algum remédio para os muitos males que afligiam aquela colônia e seu convento.
Foi então que ouviu uma voz celestial que a chamava pelo nome. À sua frente viu Nossa Senhora resplandecendo em meio a imensa claridade. Trazia o Menino Jesus no braço esquerdo, e um báculo de ouro na mão direita.
Inconcebível desejo místico de partilhar da paixão do Senhor
Como sempre faz ao referir-Se à Sua pessoa e celestial finalidade, a Santíssima Virgem logo Se apresentou à filha escolhida, evitando deixar qualquer sombra de dúvida quanto à Sua identidade e, também, sob qual invocação desejaria ser venerada:
— "Sou Maria do Bom Sucesso, Rainha dos Céus e da Terra. Tuas orações, lágrimas e penitências são muito agradáveis a nosso Pai celestial. Quero que fortaleças teu coração e que o sofrimento não te abata. Tua vida será longa para glória de Deus e de sua Mãe, que te fala. Meu Filho Santíssimo te presenteia com a dor em todas as suas formas. E, para infundir-te o valor que necessitas, toma-O de meus braços nos teus".
Ao tomar o Menino Jesus nos braços, sentiu o inconcebível desejo místico de partilhar da paixão do Senhor e, assim, mais sofrer como vítima voluntária para aplacar a Justiça Divina.
Naquele instante, Madre Mariana assumia sua condição de alma vítima, unindo seus sofrimentos aos sofrimentos de Seu amado Esposo para a redenção da humanidade de nossos tempos.
"Colocareis em minha mão direita o báculo e as chaves da clausura, em sinal de minha propriedade e autoridade"
Na noite de 16 de janeiro de 1599, a Mãe do Verbo deu-lhe conhecimento de vários fatos futuros, declarando ainda um dos principais objetivos de Sua vinda:
“É vontade de meu Filho Santíssimo que tu mesma mandes executar uma estátua minha, tal como me vês e a coloques sobre a cátedra da Priora. Colocareis em minha mão direita o báculo e as chaves da clausura, em sinal de minha propriedade e autoridade. Colocarás em minha mão esquerda o meu Divino Filho. Eu mesma governarei este meu Convento”.
Com essa afirmação, a Mãe de Deus e dos homens revela o zelo e o respaldo celestial que Seu Divino Filho conserva para com todos aqueles que, por amor a Ele e ao Reino dos Céus a tudo renunciam, através de uma vida religiosa radicalmente dedicada à Sua Igreja e à humanidade.
Escultura sobrenatural
Durante os anos seguintes, Madre Mariana suportou grandes sofrimentos e somente a 5 de fevereiro de 1610 que o escultor Francisco del Castilho, espanhol de nobre linhagem, foi chamado para elaborar a escultura solicitada por Maria Santíssima.
Castilho era um homem íntegro e religioso. Vivia santamente em Quito com a esposa e três filhos. Recebeu a encomenda como uma graça do Céu e a 9 de janeiro seguinte declarou que a imagem estava praticamente pronta. Mas ainda faltava a última demão de pintura. Informou a abadessa que iria procurar as melhores tintas existentes na Colônia, e voltaria no dia 16 para concluir o trabalho.
Nessa época, era costume oferecer sempre o que havia de melhor para Deus e a Igreja.
Mas naquela madrugada, quando as religiosas se dirigiram ao coro para rezar o Ofício, encontraram-no todo iluminado por luz sobrenatural, e ouviram vozes angélicas que cantavam o "Salve Sancta Parens".
Sobrenaturalmente, todas as irmãs presenciaram que da imagem inacabada saíam raios vivíssimos. A pintura-base aplicada por Del Castilho caía ao solo junto com aparas de madeira, enquanto os traços da imagem aos poucos, como que por mãos invisíveis, tornavam-se mais suaves e a fisionomia da Virgem mais celeste.
Somente Madre Mariana, em êxtase, conforme suplicara ao Céu, via que quem esculpia e finalizava o acabamento artístico da imagem eram São Francisco e os três Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael.
Ao ver o resultado surpreendente, Francisco del Castilho logo afirmou que aquela imagem não era obra sua, mas de anjos. Lavrou um documento confirmando o fato sob juramento, declarando ainda que encontrara a escultura terminada de maneira diferente da que deixara. Entregou o documento às religiosas para perpetuar a prova do milagre.
Por vontade da Santíssima Virgem, as profecias em Quito seriam reveladas apenas "quando a corrupção de costumes estivesse quase geral e a luz preciosa da Fé quase extinta"
Madre Mariana contou pessoalmente os detalhes do ocorrido ao Bispo de Quito.
É interessante que a escolhida de Maria Santíssima acrescentou ao Bispo algo que diz respeito diretamente aos nossos dias atuais: as profecias da Virgem, bem como sua vida como irmã contemplativa, somente seriam reveladas no século XX, por causa da "muita decadência da Fé" (II, 41) e do papel que deveria ter então essa invocação de Nossa Senhora do Bom Sucesso nesses difíceis tempos.
O desfecho dessas profecias que se cumpririam (e ainda continuam a se cumprir) são a prova incontestável dessa intervenção sobrenatural do Céu ocorrida no Equador, através da Santíssima Virgem.
Assim dissera-lhe em outra ocasião:
"É vontade de Deus reservar esta invocação e tua vida para aquele século, quando a corrupção de costumes será quase geral e a luz preciosa da Fé estará quase extinta" (II, 193).
O papel da devoção mariana como verdadeira resistência de Fé nos tempos da indiferença para com Deus
A 8 de dezembro de 1634, a Rainha do Céu e da Terra assim profetizou a Madre Mariana:
"O meu culto sob a consoladora invocação do Bom Sucesso (...) será a sustentação e salvaguarda da Fé na quase total corrupção do século XX" (II, 190).
E com essa afirmação a Senhora deixa claro o papel que a devoção e todos os santuários marianos exercem em seus países como verdadeiras resistências de Fé nos tormentosos tempos que atravessamos de indiferença para com Deus.
A Igreja avalia a credibilidade de previsões feitas por uma pessoa, abarcando épocas diferentes, considerando se algumas já se cumpriram e de que modo. É historicamente comprovado que no caso de Madre Mariana de Jesus Torres, a maior parte das revelações que a Senhora do Bom Sucesso lhe fez já se cumpriram. E com tanta exatidão, que não seria prudente pôr em dúvida o que ainda está por se realizar.
Necessidade de almas heroicas
Entre essas várias revelações citamos, por exemplo, a mensagem da aparição de 16 de janeiro de 1599:
"A pátria em que vives deixará de ser Colônia e será República livre, conhecida pelo nome de Equador. Então necessitará de almas heroicas para sustentar-se através de tantas calamidades públicas e privadas" (I, 67)).
Em mais de uma profecia a Virgem proclama a vinda do heroico presidente equatoriano Garcia Moreno, prevendo com extraordinária exatidão seu martírio, exaltando-lhe sua firmeza espiritual e conduta verdadeiramente cristã. Na mesma aparição afirmou:
"No século XIX haverá um presidente verdadeiramente cristão, varão de caráter, a quem Deus Nosso Senhor dará a palma do martírio na praça onde está este meu convento. Ele consagrará a República ao Divino Coração de meu Filho Santíssimo e esta consagração sustentará a Religião Católica nos anos posteriores, os quais serão aziagos para a Igreja" (Id).
O assassinato do presidente Gabriel Garcia Moreno foi vaticinado e exaltado por Maria Santíssima como mártir ao defender os princípios cristãos em seu país
É oportuno fazer uma retrospectiva histórica desta extraordinária profecia da Santíssima Virgem quando se refere ao presidente Garcia Moreno, historicamente rotulado como conservador. E também deixar claro quais foram os "crimes" que cometeu para ser assassinado tão brutalmente como foi.
Quando ocorreu a invasão dos Estados Pontifícios em 1870, Garcia Moreno foi o único governante no mundo a elevar sua voz, enviando ao ministro das Relações Exteriores da Itália uma nota de protesto contra o esbulho sofrido pelo Soberano Pontífice, e denunciando a usurpação que realizava o governo italiano perpetrado pelas hostes revolucionárias.
O Papa, agradecido, concedeu-lhe a condecoração de primeira classe da Ordem de Pio IX, com um Breve de recomendação datado de 27 de março de 1871.
“Como manifestação de solidariedade à Santa Sé, [Garcia Moreno] decretou, em 1873, que se enviasse ao Sumo Pontífice dez por cento dos dízimos que correspondiam ao Estado”.[1]
Garcia Moreno consagra a República do Equador ao Sagrado Coração de Jesus, ato previsto dois séculos
Porém, o ato mais simbólico do governo de Garcia Moreno — e provocador para as organizações anticlericais — foi a consagração eclesiástica e civil da República ao Sagrado Coração de Jesus nesse mesmo ano, conforme Nossa Senhora do Bom Sucesso profetizara dois séculos antes.
“Reconheço a fé do povo equatoriano, e essa fé me impõe o sagrado dever de conservar intacto o seu depósito”, afirmou o presidente nessa ocasião.[2]
Já em 1861 um decreto da Convenção havia declarado a Virgem das Mercês Padroeira da nação equatoriana.
Este seu firme gesto espiritual cristão foi a gota d´água que faltava. Até onde iria chegar esse governo em seu fervor religioso? Agindo sob o véu do segredo, nos mesmos princípios dos fariseus de outrora, as lojas maçônicas começaram a planejar seu extermínio.
Numa carta a Pio IX, como que antevendo seu fim, Garcia Moreno escreveu: “Que riqueza para mim, Santíssimo Padre, ser odiado e caluniado por meu amor ao nosso Divino Redentor! Que felicidade, se vossa bênção obtiver para mim do Céu a graça de derramar meu sangue por Ele, que, sendo Deus, quis derramar Seu sangue por nós na cruz!”[3]
Enquanto agonizava, conseguiu molhar o dedo no próprio sangue e escrever no chão: “Dios no muere”
No dia 6 de agosto de 1875 Garcia Moreno entrou na catedral para fazer uma visita ao Santíssimo Sacramento antes de ir para o palácio presidencial.
Vieram avisar-lhe que alguém precisava falar com ele com toda urgência. Quando subia as escadarias do palácio, um celerado chamado Rayo, aos gritos de “morte ao tirano”, atingiu-o na nuca com um facão, e quase decepou-lhe os braços com os quais procurava proteger-se, enquanto três cúmplices disparavam-lhe tiros no peito.
Garcia Moreno, moribundo, foi jogado na praça, onde Rayo deu-lhe várias facadas na cabeça. Enquanto agonizava, conseguiu molhar o dedo no próprio sangue e escrever no chão: “Dios no muere”.
Levado às pressas para a catedral ainda com vida, recebeu a extrema-unção antes de expirar.
Vítima pelo zelo em desejar manter a Religião e a piedade em toda a sua nação
Em audiência pública em Roma, o Papa Pio IX lamentou a morte de Garcia Moreno, demostrando francamente sua indignação contra os "conselhos das trevas organizados pelas seitas".
Ao saber da dolorosa notícia, o Sumo Pontífice declarou que o Equador “distinguiu-se milagrosamente pelo espírito de justiça e pela fé inabalável de seu Presidente, que se mostrou sempre o filho submisso da Igreja, cheio de devoção para com a Santa Sé, e de zelo para manter a Religião e a piedade em toda a sua nação [...]. Então, nos conselhos das trevas organizados pelas seitas, esses vilões decretaram o assassinato do ilustre Presidente. Ele caiu sob o aço de um assassino como uma vítima de sua fé e de sua caridade cristã”.[4]
A Virgem vem lembrar no Equador as palavras de Jesus: “tudo o que ligares na Terra será ligado no céu”
Mas voltemos ainda às mensagens proféticas da Virgem no Equador.
Deixando absolutamente claro a promessa feita por Jesus aos apóstolos quando afirmou que “tudo o que ligares na Terra será ligado no céu” (Mt 18, 15-20), na aparição de 2 de fevereiro de 1634, Nossa Senhora do Bom Sucesso entregou o Menino Jesus a Madre Mariana.
Em seus braços, o Menino revelou-lhe o que a Igreja realizaria duzentos anos depois:
"O dogma de fé da Imaculada Conceição de Minha Mãe será proclamado quando mais combatida estiver a Igreja e encontrar-se cativo meu Vigário. Do mesmo modo [será proclamado] o Dogma de fé do Trânsito e Assunção em corpo e alma aos Céus de minha Mãe Santíssima" (II, 87).
Realmente, nessa época, com a invasão do Vaticano pelas tropas revolucionárias, Pio IX teve que se refugiar em Gaeta, de 1848 a 1850.
O dogma da Imaculada Conceição foi proclamado em 8 de Dezembro de 1854, em Roma.
"A Bondade Divina prepara agraciar aqueles séculos com um modelo exemplar de sacerdócio abnegado"
Entretanto, essa volta do sucessor de Pedro para Roma não significou que o ódio e as maquinações contra o Papa tivessem cessado. Muito pelo contrário (vide Historia de la Iglesia Católica, Bernardino Llorca S.J., Ricardo Garcia Villoslada S.J., vol. IV, Biblioteca de Autores Cristianos, Madrid, 1951).
Por ocasião da última aparição à Sua fiel serva, em 8 de dezembro de 1634, ao falar da decadência do Clero no século XX, Nossa Senhora anunciou também a presença de um grande sacerdote de Cristo que posteriormente seria conhecido como Cura D’Ars, nos seguintes termos:
"Os sacerdotes, a partir do século XIX, deverão amar com toda a alma João Maria Vianney, um servo meu que a Bondade Divina prepara para com ele agraciar aqueles séculos como modelo exemplar do sacerdote abnegado" (II, 191).
Com grande precisão para uma profecia de quase cinco séculos atrás, a Santíssima Virgem ainda indicou o agente desencadeador da crise tão catastrófica que descreve em Suas profecias referindo-Se aos séculos XIX e XX. Nossa Senhora do Bom Sucesso aponta como sendo a causa principal as heresias em geral e as seitas, ou simplesmente “a seita”.
"A seita" estenderia suas garras desde o recinto sagrado do templo até o lar”
Essas heresias ou seitas chegariam a tal ponto que se infiltrariam em todos os lugares, estendendo suas garras desde o recinto sagrado do templo até o lar, influenciando perniciosamente todos os campos da atividade humana.
"(...) Extravasarão as paixões e haverá total corrupção dos costumes por quase reinar satanás (...), o qual visará principalmente a infância a fim de manter com isto a corrupção geral. Ai dos meninos desse tempo! Dificilmente receberão o Sacramento do Batismo e o da Confirmação" (II, 5).
A “seita”, havendo-se apoderado de todas as classes sociais, "possuirá sutileza para introduzir-se nos ambientes domésticos, que perderão as crianças. Nesse tempo infausto mal se encontrará a inocência infantil. Desta forma perder-se-ão as vocações para o sacerdócio e será uma verdadeira calamidade" (II, 135).
"A atmosfera saturada do espírito de impureza que, à maneira de um mar imundo, correrá pelas ruas, praças e logradouros públicos... Quase não haverá almas virgens no mundo. A delicada flor da virgindade, tímida e ameaçada de completa destruição, luzirá de longe" (II, 135).
Atualmente, com raras exceções, nossa juventude agoniza moralmente no charco dos vícios, do hedonismo e das paixões desenfreadas.
Portas abertas para o divórcio, concubinato, filhos ilegítimos, aborto, educação laica
E como resultante dessa devassidão, estariam abertas as portas para o divórcio, concubinato, filhos ilegítimos, aborto, educação laica e mesmo antiteísta...
"Quanto ao Sacramento do Matrimônio, que simboliza a união de Cristo com a Igreja, será atacado e profanado em toda a extensão da palavra. (...) Impor-se-ão leis iníquas com o objetivo de extinguir esse Sacramento, facilitando a todos viverem mal, propagando-se a geração de filhos malnascidos, sem a bênção da Igreja. Irá decaindo rapidamente o espírito cristão”.
Essas declarações da Santíssima Virgem seriam impensáveis naquele tempo em que o espírito cristão configurava a alma do povo ocidental.
Desprezo aos sacramentos da Igreja, que são instrumentos de misericórdia e salvação, instituídos pelo próprio Cristo
Voltando as costas para Deus, o homem passaria a conduzir-se por si mesmo, desprezando as leis divinas:
"Apagar-se-á a luz da Fé até se chegar a uma quase total e geral corrupção de costumes. Acrescidos ainda os efeitos da educação laica, isto será motivo para escassearem as vocações sacerdotais e religiosas" (II,6 e 7).
O respeito e a Fé aos Sacramentos da Igreja, que são instrumentos de misericórdia e salvação, instituídos pelo próprio Cristo, seriam desprezados:
"Nesse tempo o Sacramento da Extrema Unção, posto que faltará nesta pobre Pátria o espírito cristão, será pouco considerado. Muitas pessoas morrerão sem recebê-lo por descuido das famílias...
"O mesmo sucederá com a Sagrada Comunhão. Mas, ai! quanto sinto ao te manifestar que haverá muitos e enormes sacrilégios públicos e também ocultos de profanação da Sagrada Eucaristia. (...) Meu Filho Santíssimo ver-Se-á jogado ao chão e pisoteado por pés imundos".
Atualmente, hóstias consagradas são vendidas para realização de rituais satânicos. E o mais terrível: com a tenebrosa prática da comunhão na mão, imposta veladamente por membros da hierarquia da Igreja Católica e Conferências Episcopais de todo o mundo, o Corpo de Nosso Senhor é pisoteado em celebrações em plena praça de São Pedro, em Roma, segundo relatam soldados da guarda vaticana.
Assim como repetiria duzentos anos depois, em La Sallete, a Virgem advertiu sobre a vida desregrada dos ministros de Deus de nossos tempos:
"Saiba ainda que a Justiça Divina costuma descarregar castigos terríveis sobre nações inteiras, não tanto pelos pecados do povo quanto pelos dos Sacerdotes e religiosos, porque estes últimos são chamados, pela perfeição de seu estado, a ser o sal da Terra, os mestres da verdade e os para-raios da Ira Divina" (II, 186).
Um pequeno grupo restaria para guardar os tesouros da virtude e da verdadeira Fé
Após graves advertências sobre a conduta execrável de sacerdotes e religiosos do futuro, a Mãe do Senhor descreve detalhadamente a situação caótica espiritual da qual todos somos testemunhas, sem falar nos dias piores que ainda sobrevirão.
Mas um pequeno grupo restaria para guardar os tesouros da virtude e da verdadeira Fé:
"O pequeno número de almas que guardará o tesouro da Fé e das virtudes sofrerá um cruel, indizível e prolongado martírio. Muitas delas descerão ao túmulo pela violência do sofrimento e serão contadas como mártires que se sacrificaram pela Igreja e pela Pátria".
Oposição funesta das doutrinas do mal
Exorta no sentido de que a Fé e a confiança dos justos seriam provadas com fogo, frente a terrível oposição funesta proveniente das doutrinas do mal, levando a crer que tudo estará perdido:
"Para a libertação da escravidão dessas heresias, aqueles a quem o amor misericordioso de meu Filho Santíssimo destinará para esta restauração, necessitarão de grande força de vontade, constância, valor e muita confiança em Deus. Para pôr à prova esta Fé e confiança dos justos, haverá ocasiões em que tudo parecerá perdido e paralisado. Será, então, o feliz princípio da restauração completa" (II, 134).
"A Igreja, qual terna menina, ressurgirá alegre e triunfante"
Mesmo assim, logo após suas advertências sobre a prevaricação verificada nas fileiras do clero, a apostasia generalizada da humanidade, a Virgem Santíssima fala do triunfo da Igreja, e menciona um filho eleito, um Prelado querido, que surgirá quando o mal parecer triunfante e "a autoridade" prevaricar:
"Mas quando parecerem triunfantes e quando a autoridade abusar de seu poder cometendo injustiças e oprimindo os débeis, próxima está sua ruína, cairão por terra estatelados”.
E como em Fátima, anuncia a derradeira vitória do projeto salvífico de Deus, também anunciada por Jesus e pelos antigos profetas:
"E a Igreja, qual terna menina, ressurgirá alegre e triunfante, e adormecerá brandamente, embalada em mãos de hábil coração maternal do meu filho eleito, muito querido, daqueles tempos. Fá-lo-emos grande na Terra e muito maior no Céu, onde lhe temos reservado um assento muito precioso. Porque, sem temor dos homens, combateu pela verdade e defendeu impertérrito os direitos de sua Igreja, pelo que bem o poderão chamar mártir".
Sob o altar de uma capela interior do Monastério da Imaculada Conceição, em Quito, Equador, conservam-se quatro dos corpos incorruptos de suas madres fundadoras. Um desses corpos é o da Madre Maria de Jesús Torres, alma eleita pela misericórdia de Deus para deixar mais uma importante advertência celestial da Santíssima Virgem dirigida à nossa pobre civilização angustiada, violenta e sem identidade.
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Fontes de consulta:
As presentes citações basearam-se na obra Vida Admirable de la Rda. Madre Mariana de Jesús Torres, española y una de las fundadoras del Monasterio real de La Limpia Concepción en la Ciudad de Quito, escrita em torno de 1790 por Frei Manuel Sousa Pereira, O.F.M., em dois tomos.
Outras obras consultadas:
Catolicismo.
www.catolicismo.com.br
http://www.catolicismo.com.br/materia/materia.cfm?IDmat=3D2D1156-3048-560B-1C531E71F3F0BCA0&mes=Fevereiro1998
— acesso em sexta-feira, 19 de setembro de 2008.
Madera para Esculpir la Imagen de una Santa, Mons. Dr. Luis E. Cadena y
Almeida, Foundation for a Christian Civilization, NY, 1987, e Enquête sur les
Apparitions de La Vierge, Yves Chiron, Librairie Académique Perrin/Mame,
Saint-Amand-Montrond (França) 1995, pp. 103 e ss.¬
Our Lady of Good Success.
http://www.traditioninaction.org/OLGS/olgshome.htm
acesso em 24/01/2009.
Our Lady of Good Success — http://www.ourladyofgoodsuccess.com/ — acesso em
22/04/2009.
Our Lady of the Rosary Library — Our Lady of Good Success — http://www.olrl.org/prophecy/goodsuccess.shtml
— acesso em 22/04/2009.
Tradition in Action — Our Lady of Good Success — http://traditioninaction.org/OLGS/olgshome.htm
— acesso em 22/04/2009.
[1] “El Nacional”, n.º 300, 10 de outubro de 1873, apud Ricardo Pattée, op. cit., p. 294.
[2] José Félix Herédia, La Consagración de la República del Ecuador al Sagrado Corazón de Jesús, Quito, Editorial Ecuatoriana, 1935, p. 198; apud Ricardo Pattée, op. cit. p. 295.
[3] The Catholic Encyclopedia, Online Edition.
[4] Palavras do Papa Pio IX numa audiência pública em Roma, em 20 de setembro de 1875; apud Gary Potter, Garcia Moreno, Stateman and Martyr, http . www . catholicism . org / bookstore / private / Housetops.htm